A confiança do usuário ainda é uma barreira a ser transposta pelas fintechs. No estudo da Capgemini, apenas 24% dos clientes afirmaram confiar na fintech que utiliza, contra 37% que dizem confiar nas empresas tradicionais. Para os entrevistados, as instituições financeiras tradicionais ainda têm vantagens quando se fala em proteção contra fraudes, qualidade de serviços e transparência.

"Confiança é algo que leva tempo para conseguir. É um movimento que se vê em qualquer indústria", comenta Marcelo Bradaschia, da ClayInnovation, que usou como exemplo o comércio eletrônico. À medida que a tecnologia se adaptou para oferecer mais segurança às compras virtuais, mais o e-commerce entrou na rotina no brasileiro. Rafael Pereira, presidente da Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD), lembra que o mesmo aconteceu com o internet banking. "Ninguém usava internet banking, agora as agências bancárias estão encolhendo. A tendência de digitalização é inevitável."

Segundo Pereira, que também é diretor do serviço de empréstimo pessoal Simplic, o índice de fraudes por transação usando serviços digitais é menor que no varejo físico. "Usamos tecnologia de prevenção a fraudes, fazemos o atendimento a uma série de regras de compliance, o que não é possível fazer em uma atividade distribuída." Para enfrentar a desconfiança, a Lendico aposta em educação financeira para que os internautas não caiam em golpes. "Desconfiança sempre vai ter. Mas à medida que as pessoas fazem compras pela internet, pedem táxi e comida por aplicativos, essa desconfiança tende a diminuir. As palavras são tempo e perseverança", comenta o CEO, Marcelo Ciampolini.(M.F.C.)