Com a pesquisa na vasta literatura médica desempenhada por um robô, uma indústria farmacêutica deve acelerar o processo de desenvolvimento e lançamento de novos medicamentos dermatológicos. A TheraSkin, de São Paulo, foi no fim do ano passado a primeira indústria farmacêutica da América Latina a usar uma versão do Watson, o IBM Watson for Drug Discovery, para buscar novas oportunidades de produtos que ainda não existem no País ou mundo afora, explicou Deli Brito de Oliveira, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação da companhia.
O tempo que demora uma pesquisa pelas vias tradicionais, com a coleta de informações e de evidências na literatura científica, poderia até mesmo inviabilizar o lançamento de um produto, diz Oliveira. Segundo ele, o Watson consegue trazer aos pesquisadores o que há de mais "sustentável" sobre o tema desejado muito rapidamente. "O que conseguimos hoje fazer em seis meses demoraria alguns anos para fazermos. Isso nos colocou em um patamar de inovação muito interessante."
Por ser uma ferramenta cognitiva, o gerente ressalta ainda que o Watson aprende o caminho percorrido pelos pesquisadores da indústria, de forma que este possa ser percorrido novamente em outras pesquisas com muito mais velocidade. Dessa forma, à medida que a solução é utilizada, o processo de desenvolvimento de novas drogas se torna ainda mais acelerado. "À medida que o Watson enxerga a literatura, ele vai ganhando mais informação. E isso vai gerar para a comunidade um caminho de aprendizado muito mais rápido." (M.F.C.)