Imagem ilustrativa da imagem Biometria além da impressão digital
| Foto: Fotos: Divulgação
Sistema de reconhecimento facial do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu identifica passageiros com histórico de crimes
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O smartphone escaneia a íris do proprietário do aparelho utilizando um LED infravermelho e uma câmera



Há algum tempo a aplicação da biometria evoluiu para diferentes usos além da velha conhecida impressão digital e já atinge diversos públicos em várias situações. A Receita Federal lançou, na semana passada, um sistema de reconhecimento facial no Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu para identificar passageiros com histórico de crimes como contrabando, descaminho e tráfico internacional de armas e de drogas.
O sistema, que conta com uma câmera na fila para o escaneamento da bagagem, vai permitir uma abordagem mais direcionada de passageiros com histórico de crimes, sem prejudicar o fluxo de pessoas no aeroporto. Dos 14 aeroportos em que o sistema foi implantado, o de Foz do Iguaçu é o único em que o reconhecimento de passageiros é realizado no embarque doméstico. Um módulo móvel está sendo testado para uso no embarque internacional.
O delegado da Receita Federal em Foz do Iguaçu, Rafael Rodrigues Dolzan, explica que a fiscalização de passageiros antes se baseava apenas em denúncias e nas imagens do escaneamento da bagagem. "Com base nas imagens do scanner, decidia parar ou não." Agora, o órgão também poderá contar com informações do banco de dados da própria Receita Federal, de registros de passaporte e outros bancos de dados, como da Polícia Civil e do Departamento de Trânsito (Detran), para identificar passageiros com maior potencial de cometer um ato ilícito.
A eficácia do reconhecimento facial pelo uso do sistema chega a 80%, diz Dolzan. "É um número considerado bom, e como a câmera pega a fila, focaliza o rosto das pessoas várias vezes, dificilmente uma pessoa vai escapar da fiscalização." Testes também foram feitos com pessoas usando óculos escuros, bonés e até bigode, com o mesmo índice de eficácia. "Esperamos ter resultados de apreensão que serão feitos em razão do sistema e inibir ações."

IDENTIFICAÇÃO PELA ÍRIS
A biometria também faz parte do dia a dia das pessoas por meio de um dos objetos mais comuns nas mãos dos brasileiros hoje: o smartphone. A identificação biométrica por meio da impressão digital já compõe os sistemas de aparelhos de marcas como Apple e Samsung para o desbloqueio do smartphone e aumento da segurança.
Essa semana, a Samsung anunciou uma evolução da biometria nos smartphones: a leitura da íris do usuário. "(O reconhecimento da íris) é um dos métodos de autenticação mais seguros que existem hoje. É capaz de distinguir inclusive a íris de gêmeos idênticos. O padrão da íris se forma aos 18 meses de idade e se perpetua ao longo da vida, não muda, ao contrário da impressão digital, que pode se alterar ao longo do tempo", comenta Ricardo Araújo, diretor da divisão de Dispositivos Móveis da Samsung Brasil.
Segundo ele, também conta na adoção da leitura de íris um aspecto prático. "Basta olhar para o telefone e o desbloqueio é automático." A funcionalidade está presente no Galaxy Note7, com o objetivo de oferecer mais um recurso de segurança para o usuário além da biometria por impressão digital, diz Araújo.
Esse tipo de reconhecimento se vale do padrão matemático da imagem da íris do indivíduo para realizar a autenticação do usuário. Para obter a imagem, o smartphone escaneia a íris do proprietário do aparelho utilizando um LED infravermelho e uma câmera dedicada para o reconhecimento. O padrão da íris é então digitalizado e criptografado para futuras comparações no momento que alguém tenta utilizar o smartphone ou um aplicativo protegido.
A identificação pela íris é utilizada tanto para o desbloqueio do aparelho quanto como permissão para acesso à Pasta Segura, um recurso do Galaxy Note7 para o usuário guardar arquivos particulares e gerenciar aplicativos privados de forma segura. A identificação pela íris chegará a outros modelos da marca, anuncia Araújo, sem apontar a previsão de quando isso deverá acontecer.
Para o diretor da Samsung Brasil, a "evolução natural" da tecnologia de biometria é o que permite que ela seja levada a mais lugares, adequando-se a cada tipo de situação. No caso dos smartphones, a biometria se tornou uma necessidade visto que o aparelho hoje é o "hub" principal de acesso a dados, demandando assim uma maior segurança.
Além disso, a evolução da tecnologia está viabilizando uma leitura cada vez mais acurada dos sinais do corpo humano. Um exemplo são os relógios inteligentes, que são capazes de medir o batimento cardíaco do usuário. "A tendência é aumentar o número de sensores que medem os sinais do corpo humano para ajudar no gerenciamento das pessoas no dia a dia."