Imagem ilustrativa da imagem Aproximação virtual, romance real
| Foto: Arquivo Pessoal
Interesses em comum uniram a nutricionista Amanda Barbosa e o engenheiro César Demarchi, que se conheceram pelo Tinder



A nutricionista Amanda Moreno Barbosa e o engenheiro César Demarchi se conheceram pelo Tinder e hoje namoram. O relacionamento começou em dezembro do ano passado, quando os dois começaram a se falar pelo aplicativo de encontros. Ela mora em Guarulhos e ele em São Bernardo do Campo, no Estado de São Paulo. Como César trabalha em Guarulhos, ele começou a convidar Amanda para sair. Por quatro vezes o programa não deu certo, mas a insistência do engenheiro valeu a pena: no final de janeiro, os dois finalmente se encontraram, dando origem a um contato mais duradouro. À saída para um barzinho, se sucederam uma sessão de cinema e um passeio no shopping, sempre com conversas à distância entre um encontro e outro. O namoro se oficializou no final de abril, e hoje, mesmo morando em cidades diferentes, o casal encontra tempo para ficar junto todos os finais de semana.
Casos como o de Amanda e César mostram que relacionamentos que se iniciam em portais e aplicativos como o Tinder podem, sim, se tornar sérios. "Nos EUA, um a cada cinco casamentos são realizados entre pessoas que se conheceram on-line", diz Clarissa Assumpção, diretora de Marketing do grupo Match LatAm, empresa detentora do app Tinder e dos sites ParPerfeito, Divino Amor – portal de relacionamentos direcionados a evangélicos - e G Encontros – voltado ao público LGBT. Talvez esse seja o motivo para cada vez mais pessoas romperem com o preconceito com essas ferramentas e passarem a encará-las como maneiras de encontrar um par compatível mais facilmente.
De acordo com o Match LatAm, 56% das mulheres e 72% dos homens afirmam não ter nenhum problema em relatar para os amigos e familiares que conheceu a pessoa amada em um site de relacionamento. Os dados do estudo, realizado pelo ParPerfeito, mostram ainda que a maioria dos usuários acredita que a tecnologia pode aumentar em até 70% as chances de arrumar um parceiro por ser mais assertiva na busca em comparação aos meios convencionais.
Só o ParPerfeito teve crescimento de 42% na sua base de usuários em 2015, e agrega 450 mil novos cadastros por mês no País. Do total de usuários, 80% está em busca de um relacionamento sério e, em média, 2 mil por mês deixam o site porque encontraram alguém. Os níveis de compatibilidade, de acordo com o serviço, variam de 80% a 100%. No caso do Tinder, que é um dos apps de encontros mais conhecidos, o Brasil é visto como o segundo maior mercado do mundo, com 150 milhões de swipes (avaliações de perfil) por dia. O número de matches passa dos 26 milhões diários.
"Conversar com alguém on-line, trocar informações e ver se tem a ver com você já é uma coisa absolutamente normal", comenta Clarissa. "Hoje tudo na vida é on-line. Por que não conhecer pessoas? As chances de ser assertivo são bem mais altas do que na vida real."
A nutricionista Amanda conta que sua relação com o Tinder era instável: instalava e desinstalava o app porque não via resultados. Chegou a conhecer duas pessoas antes de César, mas que demonstravam não querer nada sério. Quando começou a usar o app, sua mãe ficou desconfiada e a alertou para tomar cuidado. Mas, na sua opinião, a visão sobre os aplicativos de relacionamento está mudando. "Aos poucos as pessoas estão pelo menos testando."
"(O aplicativo) Mostra os interesses em comum", ressalta. O fato de a nutricionista ter conhecido pessoas que haviam encontrado o par pelo Tinder também a incentivou a continuar usando a ferramenta. Mas ela acrescenta: "Tem que achar alguém que tem o mesmo interesse que você. Tem muita gente que não tem interesse em um relacionamento sério". Amanda conta que a insistência de César em vê-la provou que ele estava realmente interessado e fez com que ela levasse o contato para frente. Outra dica da nutricionista é buscar referências com amigos em comum.