Depois de segurar a mão em 2016, algumas construtoras londrinenses pretendem retomar os lançamentos este ano. É o caso da Vectra que, por causa da portaria 957 do Comando da Aeronáutica, que restringiu a área e a altura para a construção de edifícios em Londrina, teve de readequar alguns projetos e não lançou novos empreendimentos no ano passado.

O diretor comercial da Vectra, Cleber Mauricio de Souza, diz que 2016 foi um ano de ajustes, tanto no setor comercial como administrativo da empresa. Mas, mesmo sem lançar nada, o ano que passou foi de bastante trabalho e de grande movimentação nos plantões de vendas. "Foi o ano que mais entregamos empreendimentos. Foram quatro, um total de 600 unidades", aponta.

A expectativa para 2017 é boa. Souza destaca que não será um ano fácil, mas a baixa da Selic já representa um bom sinal de recuperação do mercado. Os meses de novembro, dezembro e janeiro já foram melhores para o segmento, segundo o diretor comercial. Quem pesquisou lá atrás já começou a voltar para fechar negócio.

No primeiro semestre, a Vectra pretende lançar dois empreendimentos verticais, um no centro e outro na zona sul de Londrina. Quanto aos preços, Souza diz que ainda é possível obter algum desconto nos produtos em estoque, mas as novas unidades já devem ser lançadas com valores mais altos. "A tendência é praticar menos descontos conforme os imóveis forem acabando e novos empreendimentos lançados", explica.

Souza confirma o aumento no número de distratos, mas explica que a política da Vectra é de readequação. "A maioria migrou para outros empreendimentos, de menor valor ou com maior prazo para a entrega", conta. Com isso, o número de distratos, segundo ele, foi pequeno em relação ao mercado. "Conseguimos adequar os contratos porque tínhamos uma boa variedade de produtos. Enquanto muitas empresas pararam de lançar em 2014, nós continuamos. Em 2014 e 2015 lançamos sete torres. Hoje, temos nove em obras para entrega até 2019", afirma.

A Plaenge lançou dois empreendimentos em Londrina no ano passado e tem outros três previstos para 2017. O diretor e um dos sócios da empresa, Alexandre Fabian, diz que a construtora fez 13 lançamentos em todo o Brasil em 2016. Para ele, após a mudança de governo já foi possível sentir a retomada da confiança do consumidor para investir em imóveis. Neste ano, além dos três empreendimentos em Londrina, outros 14 devem ser lançados pela construtora no país.

Fabian conta que a Plaenge conseguiu se antecipar à crise e, durante o período mais crítico para a economia, tinha pouco estoque e bastante dinheiro em caixa. Esta situação permitiu que a incorporadora investisse na compra de vários terrenos. Um deles, de 45 mil metros quadrados, foi adquirido em Santiago, no Chile. Na avaliação do diretor, esse diferencial na gestão deixou a empresa mais preparada para a retomada do crescimento. "Temos uma filosofia e gestão financeira conservadoras. Quando o mercado está forte, costumamos ser mais comedidos", afirma.

Na A.Yoshii e na Quadra o sentimento é o mesmo. Ambas as construtoras, que seguraram lançamentos no ano passado, apostam na retomada de crescimento em 2017. O diretor de incorporação da A.Yoshii, Silvio Muraguchi, informa que a empresa tinha vários projetos prontos mas, estrategicamente, preferiu não lançar novos empreendimentos em 2016. "Fizemos várias entregas de obras e continuaremos a entregar em 2017", aponta. A construtora planeja realizar pelo menos três lançamentos este ano.

A coordenadora de marketing da Quadra, Luiza Pires, diz que a empresa possui terrenos e projetos em estudo para lançamentos, mas aguarda uma melhor reação do mercado e da economia em geral para tirar os empreendimentos do papel. A Quadra não lançou nada em 2015 e 2016. Este ano, a construtora deve entregar três edifícios, dois na região central e outro na Vila Brasil. "Nos últimos meses, percebemos uma reação bastante positiva de mercado. A procura por imóveis voltou", afirma. As empresas, segundo ela, trabalham no limite de preços, que ainda estão bastante atrativos. (A.S.)