O presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis de Londrina (Sincil), Marco Antonio Bacarin, confirma que a cidade vive um momento de grande oferta de imóveis comerciais para locação. Com a crise econômica, além do fechamento de empresas, muitos profissionais autônomos ou liberais migraram para o home office ou decidiram dividir o mesmo escritório ou sala com outros colegas para economizar nas despesas. "Além disso, o período econômico ruim coincidiu com a entrega de muitos imóveis comerciais, principalmente na região da Gleba Palhano", aponta.

É por isso que muitos investidores têm oferecido condições especiais de locação. "A grande vantagem é que o imóvel comercial pode ser alugado por um ano e, vencido esse prazo, o proprietário pode pedir o imóvel de volta sem motivo", conta. Isso dá segurança ao investidor para oferecer bons preços neste momento economicamente ruim, mas não perder dinheiro quando o mercado voltar a crescer. Segundo Bacarin, há pelo menos três anos Londrina enfrenta dificuldades na locação de imóveis. "Não temos sinais, a curto prazo, de recuperação", lamenta. A estimativa do Sincil é que a cidade tenha hoje aproximadamente 4 mil imóveis para alugar, entre comerciais e residenciais. O número é alto e está muito acima da média normal que, de acordo com Bacarin, é de cerca de 1,2 mil.

Já na avaliação do imobiliarista Raul Fulgêncio, o mercado imobiliário de Londrina passa por um período de acomodação de preços, especialmente na Gleba Palhano. "A oferta de lojas hoje é menor que há um ano", afirma. É o que revela os números do Secovi/PR. Em julho de 2016, o bairro concentrava uma oferta de 249 salas comerciais para locação. No mês passado, o número era de 192 imóveis. "No calçadão, ainda existe mais oferta do que procura. Mas a cidade se dividiu um pouco, os empresários estão indo para a Gleba porque muitos deles já moram na zona sul", argumenta.

Segundo Fulgêncio, no momento de euforia do mercado, os preços de locação atingiram valores acima da realidade e, quando veio a crise, eles caíram. "Hoje, o preço se acomoda numa faixa real", garante. Confiante no mercado, que está há pelo menos três anos sem lançamentos, Fulgêncio anuncia que um novo prédio comercial será erguido na cidade, até o fim deste ano. (A.S.)