A visão de que o policial militar é um servidor público e, por isso, deve trabalhar em prol da comunidade é a que norteia o "Bolo de Fubá". O idealizador e coordenador do projeto, capitão Marcos Tordoro, comandante do policiamento no 5º Batalhão da Polícia Militar de Londrina, conta que a ideia foi implantada há cerca de um ano no Jardim Colúmbia, zona oeste. Os principais objetivos são diminuir os índices de criminalidade e devolver às pessoas a sensação de segurança.
O patrulhamento é realizado de acordo com as necessidades e horários críticos de cada região. "A PM interage de forma espontânea com os moradores. A dupla que trabalha no bairro cumpre sua missão com amor e comprometimento. Nossa primeira obrigação é a prevenção. Mas também fazemos o patrulhamento, abordagem e prisões em flagrante", informa. Tordoro explica que o policiamento comunitário busca se aproximar da população e conhecer as características da vizinhança. "Quando começamos o trabalho, marcamos uma reunião com a comunidade para ouvir críticas e sugestões, e também para falar da nossa missão ali."

O projeto ganhou o apelido carinhoso porque, segundo Tordoro, a intenção era passar aos policiais a importância de eles criarem um relacionamento próximo com a comunidade. "Quando o PM está patrulhando o bairro e um cidadão acena com a mão e o convida para tomar um café e comer um bolo, o policial fica receoso e tende a dizer não. Porém, queremos mostrar para ele que é preciso sim parar e investir tempo para ouvir o morador, conhecê-lo melhor, entender a demanda dele, o problema que existe naquele bairro", explica.

Essa proximidade e relação mais "camarada" entre policiais e cidadãos não significa, segundo o capitão Tordoro, que os PMs vão passar a mão da cabeça de todo mundo. "Não tem nada a ver com o PM ser frouxo. Ele vai tratar o suspeito como suspeito e o cidadão de bem como cidadão de bem", garante. Além de melhorar a sensação de segurança, a polícia comunitária acaba atuando em outras frentes. "Já articulamos roçagem de praças, podas e até plantio de árvores", conta. A PM, neste caso, funciona como um elo entre os órgãos competentes e a comunidade para resolver problemas que, de forma indireta, afetam a segurança. (A.S.)