Sorocaba - Uma jovem fêmea de tubarão-lixa, resgatada na semana passada de um aquário doméstico em que vivia apertada, em Ribeirão Preto, no interior paulista, já dá sinais de estar à vontade em seu novo e espaçoso lar, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo. O peixe carnívoro que, nos mares, costuma ser assustador, está sendo alimentado na boca pela equipe de biólogos e veterinários do Aquário de Ubatuba, que se tornou guardião do animal.

Desde o dia 23, quando chegou, o tubarão-lixa ganhou peso - está com cerca de 26 quilos - e cresceu alguns centímetros, chegando a 1,67 metro. O peixe de pele áspera, daí o nome, saiu de um compartimento com 3 mil litros de água para um tanque de quarentena com 20 mil litros, mas será levado para um ambiente ainda mais amplo, assim que passar o período de observação e adaptação.

O biólogo Daniel Oliani, um dos tratadores, usa luva de aço especial para levar o cardápio de camarão e postas de peixes como merluza e bonito à boca da "ferinha", que tem dentes pequenos, mas pontiagudos e perigosos. "Ela não sabe caçar, por isso estamos dando na boca, mas a luva é apenas por proteção, pois essa fêmea é muito dócil", disse Oliani. O tubarão está comendo 700 gramas por dia, mas a quantidade de comida deve aumentar ao longo da adaptação.

O tubarão-lixa viajou cerca de 700 quilômetros até o novo lar. A equipe do aquário de Ubatuba se deslocou até Ribeirão Preto para recuperar o animal que vivia no aquário de uma residência. Criador de peixes exóticos por hobby, o dono do imóvel adquiriu o espécime há três anos e meio. O tubarão viveu todo esse tempo um aquário de vidro de 3,20 m por 3 m, que logo se tornou pequeno.

De acordo com o comando da Polícia Ambiental na região, quando o possuidor de boa fé se dispõe a entregar animal, como foi o caso do morador de Ribeirão Preto, ele não sofre sanção.