Londrina - A greve dos trabalhadores dos Correios entra no seu terceiro dia depois de não haver acordo na audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST) na quarta-feira.
A ministra Cristina Peduzzi, vice-presidente do TST, formulou uma proposta oferecendo reajuste salarial de 5,2%, reajuste nos vales-alimentação e refeição de 8,84%, aumento dos demais benefícios (reembolso creche/babá) de 5,2%, aumento linear de R$ 80 e a compensação dos dias parados.
Os representantes da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) rejeitaram a proposta, afirmando que o impacto do aumento linear representaria R$ 40,5 milhões por ano e comprometeria a sustentabilidade econômica da empresa. Apesar de entender que a proposta ainda está longe do reivindicado pelos trabalhadores, que querem 33,7% de reajuste por perdas salarias e 10% de reposição da inflação, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) havia concordado com a proposta.
''Foi uma oferta razoável que a categoria entendeu ser interessante até para não causarmos mais transtornos para a população. Mas a empresa não aceitou'', afirmou Anderson Antonio Baesso, diretor de Mobilização de Base do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom-Pr).
A ministra Cristina Peduzzi concedeu um prazo até as 12 horas de segunda-feira para que as partes apresentem suas propostas e determinou que a ministra Kátia Arruda seja a relatora para julgar ainda na segunda o dissídio coletivo na Sessão Especializada em Dissídios Coletivos do TST.
A greve dos Correios foi deflagrada na noite de terça-feira em assembleias nas principais cidades do Estado. De acordo com o Sintcom-Pr são cerca de 6,3 mil funcionários no Paraná. Deste total, 60% aderiram a paralisação. Os demais estão realizando os serviços essenciais determinados pela justiça, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Todos os serviços de entrega de encomendas, correspondências e sedex estão paralisados.
''O volume de material parado já é muito grande. Se com o total de funcionários já não damos conta, imagina com apenas 40% trabalhando. O prejuízo é enorme'', informou Anderson Baesso.
No Brasil, os Correios possuem 120 mil trabalhadores. O movimento de greve foi deflagrado em 19 Estados e mais o Distrito Federal.