Chicago, EUA, 3 (AE) - A Sadia S.A. maior processadora de aves no País está investindo U$40 milhões até o final do próximo ano em automação. A empresa está interligando toda a rede através de sistemas Middleware, ou seja, informação on line
através de rádiofrequência. Em junho, uma das fábricas localizadas no interior do estado de São Paulo, já estará operando dentro da nova modalidade e no máximo em dois anos, toda rede estará integrada ao sistema. "O novo processo vai implicar em ganhos de vendas" explica Roberto Banfi, diretor de vendas.
O sistema disponibiliza informações tanto ao fornecedor como varejo, permitindo a toda cadeia acesso automático de reposição nas gôndolas. "A falta de produtos nas prateleiras chega a representar uma perda de até 40% nas vendas hoje no Brasil, afirma Banfi. Esta perda nos Estados Unidos não ultrapassa a casa dos 9%, segundo pesquisas do setor.
A globalização, comenta, está obrigando as empresas a buscarem novas estratégias de atuação, voltando-se para o aumento da competitividade, por meio de ganhos em agilidade, flexibilidade e redução das despesas. Banfi não quis quantificar mas garante que os custos caem vertigiosamente com a implantação do novo processo.
Hoje a Sadia opera com um sistema SAP (sistema de gestão). Levantamento revela que o SAP tem registrado um crescimento anual de 100% nos últimos dez anos. "A necessidade de obter informações em tempo real com o mínimo de erro tornou obrigatória à adoção de soluções de captação automática de dados utilizados de código de barras (leitores e coletores), e sistema de rádio frequência", afirma Carlos Alberto Ferreira, diretor de marketing da Seal Eletrônica, líder brasileira em sistemas de códigos de barras, e representante no Brasil da Symbol Technologies.
Pão de Açucar - Durval Molta, diretor comercial da Seal, empresa responsável pela instalação do Middleware na Sadia, disse à Agência Estado que a empresa acaba de fechar um segundo contrato com a rede de lojas do Grupo Pão de Açucar, automatizando mais de 200 lojas através do sistema de rádiofrequência. "Com a abertura do mercado o consumidor ficou mais exigente e o volume de itens das lojas tem crescido muito dentro do mesmo espaço", afirma Malta.
Ele cita como exemplo um supermercado que no passado trabalhava com 9.000 tipos diferentes de produtos, hoje oferece 14.000. "O mesmo processo ocorreu com as indústrias", afirma.
Faturamento - A Seal faturou no ano passado U$50,6 milhões e estima para este ano uma receita da ordem de U$70 milhões, enquanto a Symbol fechou 1998 com uma receita de U$1 bilhão.
"A Seal vem crescendo entre 10% e 15% nos últimos 8 anos", afirma Ami Israel Goldman, diretor comercial de varejo. Ambas as empresas participam da Convenção do Food Marketing Institute (FMI 1999), realizada em Chiocago entre os dias 2 e 5 deste mês. O maior lançamento das empresas é o leitor CS2000. Trata-se de um minicomputador para uso doméstico, auxiliando a integração de informação, com catálogos impressos e anúncios, aos modernos meios de comunicação na Internet. Ou seja, o consumidor poderá realizar suas compras através da Internet. O produto já chegou ao mercado brasileiro e está sendo utilizado pela joalheria H. Stern. Segundo Goldman, a Seal investe todo ano cerca de 30% da sua receita bruta em novos produtos e modernização de equipamentos.