Rebelião em penitenciária de Cascavel deixa pelo menos um morto
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sexta-feira, 10 de novembro de 2017
Vítor Ogawa<br>Reportagem Local
Pelo menos uma pessoa foi morta na rebelião de presos da PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel), no oeste do Paraná, que teve início na tarde desta quinta-feira (9). A informação foi confirmada à FOLHA pelo diretor-geral do Depen (Departamento Penitenciário), Luiz Alberto Cartaxo Moura, por volta das 19 horas. Até às 20h30, o corpo ainda não havia sido recolhido e levado ao Instituto Médico-legal de Cascavel.
Segundo a presidente do Sindarspen (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná), Petruska Niclevisk Sviercoski, pelo menos três pessoas foram feitas reféns. "Os detentos renderam um agente penitenciário e dois agentes de cadeia. Um deles foi liberado com ferimentos na cabeça", destacou Sviercoski. A liberação aconteceu por volta das 18 horas, quando o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) transportou essa pessoa para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Veneza.
A Sesp (Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária) informou que a PEC possui capacidade para 1.160 presos, mas está atualmente com 980. Os motivos ainda não foram divulgados, mas especula-se que o PCC (Primeiro Comando da Capital) teria deflagrado o motim.
O Sindarspen informou que a rebelião teve início no solário da penitenciária. Segundo o sindicato, detentos que estavam ali escalaram a parede e conseguiram chegar ao telhado da unidade.
Não houve registro de fugas. Policiais do Choque e da Polícia Militar permaneceram no entorno do presídio. Profissionais de imprensa foram impedidos de se aproximar do prédio por motivos de segurança.
HISTÓRICO
Esta não é a primeira rebelião da unidade. Em agosto de 2014, a PEC foi alvo de uma das mais violentas rebeliões do Estado e terminou com cinco mortos e 25 feridos. O levante dos presos somente chegou ao fim com 20 das 24 galerias completamente destruídas. Vários presos que lideraram o movimento foram separados e alguns foram transferidos para outras unidades com o objetivo de desmobilizar o grupo.
A pauta de reivindicações incluía a transferência de 80% dos detentos, a melhoria na qualidade da comida e na infraestrutura e o fim de abusos nas inspeções das visitas. Na época, a unidade tinha capacidade para abrigar 1.116 presos e estava com 1.040.