O professor João Batista Raminelli, de 49 anos, é uma das vozes contrárias às ocupações em Londrina. Há quase 30 anos na profissão, o professor que leciona física no Colégio Estadual Hugo Simas, no centro, concorda que os estudantes têm o direito de reivindicar seus direitos, mas, para ele, as ocupações, da forma que estão sendo conduzidas e no atual momento, são "discutíveis".
Raminelli foi até o Hugo Simas na manhã desta segunda-feira (24) para tentar convencer os estudantes a deixarem a ocupação. "Coloquei que eles atingiram o objetivo de chamar a atenção para o problema. E conseguiram. Agora, o momento é de abrir o diálogo com a população. Alguns concordaram comigo", contou. O professor disse ter dúvidas sobre a forma como o processo de ocupação no Hugo Simas foi conduzido. "Temos informações de que a maioria dos alunos também é contra a ocupação, mas somente a minoria teria sido consultada. Esse processo tem que ser democrático."
O Hugo Simas foi um dos seis colégios londrinenses que tiveram reintegração concedida pela justiça nesta segunda-feira. Sobre os motivos da ocupação, o professor pede cautela aos estudantes. "Desconfie de quem disser que a medida provisória é de toda ruim, ou toda boa. Precisamos discutir isso, com calma, com sabedoria, sem pressões", defendeu o professor.
O governo do Paraná também obteve na Justiça a reintegração de posse dos colégios estaduais Professora Ubedulha de Oliveira, Vicente Rijo, Professora Maria José Aguilera e Marcelino Champagnat e o Instituto Educação Estadual de Londrina (IEEL).(Colaborou Fernanda Circhia/Grupo Folha)