Apucarana - Três suspeitos de envolvimento no esquema de pirataria desbaratado na última semana em Apucarana (Centro-Norte) prestaram depoimento ontem na sede do Ministério Público (MP) de Londrina. O trio - dois homens e uma mulher - foram ouvidos pelo delegado Alan Flore, do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Os três foram presos na última terça-feira junto com mais 21 pessoas durante a operação Jolly Roger. O grupo é acusado de participar do esquema de produção de produtos pirateados, que, segundo as investigações, eram comercializados em São Paulo, principalmente em estabelecimentos da Rua 25 de março.
O trio é proprietário da empresa Dias Bonés Indústria e Comércio de Bonés, uma das fábricas investigadas pelo MP. O advogado dos três, Jander Adrianni, revelou que os clientes dele confirmaram, em depoimento, o pagamento de propina a policiais de Apucarana. Ele não deixou claro se o trio chegou a pagar a vantagem indevida à polícia, mas destacou que outros empresários pagaram. "Em grande parte das vezes a exigência partia dos próprios policiais", argumentou, em entrevista à rádio CBN Londrina.
O então delegado chefe de Apucarana, Valdir Abrahão, e dois investigadores foram presos por supostamente cobrarem propina para proteger e acobertar os esquema de falsificação. "Eles (suspeitos) só confirmaram o que já havia sido divulgado pelo Gaeco", contou.
Adrianni disse ainda que os três têm a intenção de colaborar com as investigações e que já entrou com um pedido de habeas corpus para tentar soltar o trio.
O delegado do Gaeco, Alan Flore, não quis revelar detalhes sobre os depoimentos. O cumprimento de novos mandados de prisão e de busca e apreensão não estão descartados.