A Prefeitura de Londrina anunciou nesta segunda-feira (20) que vai construir 1.272 habitações para pessoas da faixa 1,5 do programa Minha Casa Minha Vida. A intenção é atender famílias com renda mensal de até R$ 1.800,00 inscritas na fila da Cohab-Ld. A divulgação do projeto de habitação ocorreu às vésperas do data para a qual estava marcada a desocupação do residencial Flores do Campo. Inicialmente projetado para atender a população da faixa 1 do MCMV – que contempla famílias de baixíssima renda –, o residencial não foi concluído pela construtora responsável e acabou ocupado.

Conforme explicou o presidente da Cohab, Marcelo Cortez, as novas unidades habitacionais serão financiadas com recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e viabilizadas através de Parceria Público Privada com a construtora que realizará as obras. Por isso, para serem contempladas, as famílias interessadas terão que comprovar renda e pagarão prestação máxima de R$ 420,00 no início do contrato que pode ter prazo máximo de 30 anos. Serão beneficiadas as famílias já inscritas na fila da Cohab, que atualmente totaliza 68 mil pessoas.

O valor máximo de cada imóvel não poderá ultrapassar R$ 100.000,00. As unidades seguirão o padrão do MCMV, com 43 metros quadrados distribuídos em dois quartos, banheiro, sala e cozinha conjugada e uma vaga na garagem. O valor total de investimentos será de R$ 125 milhões.

A ordem de serviço assinada na segunda-feira é referente à construção de 128 unidades habitacionais no condomínio Residencial Village, localizado no bairro Cancun (zona norte), e outros 208 apartamentos no condomínio Park Lindoia, na vila Romana (zona leste). Serão prédios de, no máximo, quatro pavimentos. "Esperamos liberar o restante das unidades até o final do ano", afirmou Cortez.

O prefeito Marcelo Belinati lembrou que Londrina está impedida de receber recursos da faixa 1 do Minha Casa Minha Vida por causa da ocupação do residencial Flores do Campo. "As novas unidades não serão destinadas a famílias sem capacidade de pagamento", afirmou. Ele também enfatizou que a prefeitura continuará coibindo as ocupações irregulares que, segundo Belinati, aumentaram de 912 para 3.600 em menos de cinco anos.

O superintendente regional da CEF (Caixa Econômica Federal), Wlademir Roberto dos Santos, confirmou que Londrina está impedida de receber recursos para a faixa 1 do Minha Casa Minha Vida e que a retomada de investimentos, após a provável desocupação do Flores do Campo, vai depender de análise do Ministério das Cidades. "Sabemos que as famílias precisam de moradia, mas há caminhos legais para isso e o primeiro passo é se inscrever na Cohab", afirmou.