Curitiba - O Brasil tem 5.240 crianças e adolescentes aptas para serem adotadas no Brasil, conforme o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), órgão criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O Paraná é o terceiro Estado em número de menores disponíveis - são 642 aguardando uma nova família. Em segundo lugar está o Rio Grande do Sul, com 826 crianças e, em primeiro, São Paulo, com 1.308. Ontem, foi comemorado o Dia Nacional da Adoção.
Segundo levantamento realizado até a a última terça-feira pelo CNA, o número de pretendentes continua cinco vezes maior que o de crianças e adolescentes aptos a serem adotados, com um total 28.041 inscritos em todo o País. Na avaliação do coordenador do CNA, juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça, Nicolau Lupianhes, o perfil exigido pelos candidatos a pais é a maior barreira para inserção das crianças e jovens em uma nova família. Isso porque a pesquisa do CNA mostrou que 33,04% dos pretendentes querem adotar meninas e a maioria quer crianças com até três anos de idade. A preferência pela raça chama a atenção nesse levantamento: 90% quer adotar uma criança branca.
Mas de acordo com o juiz, esse quadro vem mudando, sobretudo a partir da nova Lei da Adoção (Lei 12.010), de agosto de 2009 que visa promover a conscientização dos interessados. De acordo com o levantamento, das crianças e adolescentes disponíveis para a adoção, 45,92% são pardas, 33,8% brancas e 19,06% negras. Um total de 77,16% dessas crianças têm irmãos (sendo 35,99% com o familiar também inscrito no Cadastro Nacional de Adoção). Mas 82,45% dos inscritos desejam apenas uma criança.
Além das 5.240 crianças aptas a serem adotas, os orfanatos brasileiros abrigam 38 mil menores que estavam em situação de risco ou abandonadas. Nesses casos, os pais ainda têm a guarda. Segundo Lupianhes, em 2010 o CNJ promoveu um primeiro mutirão para avaliar a situação das crianças e adolescentes acolhidos em abrigos e 30% delas conseguiram ser reencaminhadas para as famílias. Ele disse que um outro mutirão já está sendo realizado este ano em alguns tribunais brasileiros.