A Polícia Civil prendeu nesta sexta-feira (22) três suspeitos pela morte do funcionário público Antônio Maximiano Filho, que trabalhava no Colégio Estadual Professora Roseli Piotto Roehrig. A vítima estava desaparecida desde terça-feira (19) e era procurada por parentes e amigos pelas redes sociais. O corpo foi encontrado na quinta-feira (21), em um milharal na PR-445 em Bela Vista do Paraíso (Região Metropolitana de Londrina), com os pés e as mãos amarrados e, segundo informações da perícia, apresentava uma lesão grave provocada por objeto cortante na nuca. Não havia marcas de sangue no local, o que indica que o corpo foi desovado ali. O automóvel e cartões bancários de Maximiano foram encontrados com os suspeitos pelo crime, o que indica ter sido um latrocínio.

Os suspeitos são Maikon Fernando Barreto, 18, Leonardo César de Jesus Gouveia, 18, e Leandro Gonçalves, 23. Barreto e Gonçalves admitiram que iriam comprar o carro roubado por R$ 1,8 mil, mas negaram ter participado do assassinato. Gonçalves negou qualquer participação no crime.

O delegado chefe da 10ª SDP (Subdivisão Policial) de Londrina, Osmir Ferreira Neves Júnior, afirmou que os suspeitos foram encontrados com os objetos da vítima e que tinham conhecimento de que havia um corpo no carro. Ele explicou que um dos rapazes tinha combinado um encontro com Maximiano - que seria homossexual – já com o intuito de roubá-lo e conseguir lucro com a negociação. Ele disse ainda que a vítima já tinha se encontrado antes com o rapaz. "Ele não tinha consciência do risco que estava correndo", lamentou.

Em dois anos, essa é a quinta morte de homossexuais registrada em Londrina em circunstâncias semelhantes: roubos praticados em encontros amorosos com desconhecidos que resultam em homicídio. "As pessoas marcam encontros sem imaginarem que estão indo ao encontro da morte", reforçou. Para ele, a busca pelo anonimato acaba aumentando os riscos. "É importante evitar encontros em lugares ermos e escuros e nunca marcar com pessoas que não conhecem. Os assaltantes se apresentam como garotos de programa, mas na verdade têm intenção de roubar", disse.

Ele acredita que apenas os crimes que resultem em morte cheguem à polícia, mas que o número de vítimas de roubos, chantagem e violência seja maior, inclusive em encontros marcados por meio de aplicativos. "Isso pode acontecer com homossexuais e heterossexuais, é preciso tomar cuidado e sempre denunciar à polícia", pede.

Segundo Rosemar Aparecida Morales de Almeida, secretária da instituição de ensino onde a vítima trabalhava, as últimas imagens de Maximiano são dele fechando o portão da escola, às 23h04 de terça, e indo embora tranquilamente. Ainda de acordo com ela, o agente educacional não tinha inimizades ou vícios. Natural do Estado de São Paulo, ele era solteiro e morava com duas irmãs no Conjunto Vivi Xavier, zona norte de Londrina.