Dezessete pessoas foram mortas por policiais em 2017 no município. O número já supera o mesmo período do ano passado, quando 16 pessoas morreram em conflitos com agentes de órgãos de segurança. Desde 2016, os casos são investigados pela Delegacia de Homicídios de Londrina.

De acordo com o delegado Ricardo Jorge, responsável por organizar os procedimentos que envolvem crimes contra a vida, nenhuma irregularidade foi identificada nos casos de confronto registrados em 2017. Os agentes teriam agido em legítima defesa. "Ouvimos os policiais envolvidos, testemunhas e familiares dos suspeitos. Não constatamos divergências nas versões apresentadas por eles."

Porém, até 2016, os supostos confrontos entre suspeitos e policiais não eram investigados pela Delegacia de Homicídios. O delegado conta que inquéritos policiais antigos estão sendo encaminhados para a revisão na delegacia. "Nem sempre o trabalho de investigação foi realizado pela nossa delegacia. Hoje, felizmente, sim. Para se ter uma ideia, recebemos inquéritos policiais de anos atrás. Por isso, neste momento, não é possível fazer uma comparação de números de períodos anteriores com os casos atuais", explicou.

Último suspeito estava armado

O último caso foi registrado na noite de quinta-feira (7). Célio Alexandre da Silva, 29 anos, foi baleado na rua Sílvio Pegoraro, Jardim Petrópolis, zona sul. Ele ainda foi socorrido pelo Siate e atendido pelo médico do Samu, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na mesma data. Segundo a Polícia Militar, ele estava dirigindo um Ford KA. O veículo teria sido roubado durante a manhã daquele dia. Silva ainda tentou fugir da Polícia. De arma em punho, ainda teria resistido ao trabalho de abordagem.
Sobre o caso, o delegado Ricardo Jorge diz que foi apreendido um revólver calibre 38, com cinco munições intactas e uma delas deflagrada. "De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima do roubo, proprietária do veículo, ainda teria reconhecido o suspeito morto como autor do crime. (P.M.)

Conflitos por região

Em 2017, janeiro foi o mês com mais casos de mortes em confrontos: cinco registros. Segundo o levantamento do NOSSODIA, a região oeste registrou o maior número de óbitos: seis suspeitos. A zona sul somou cinco mortes. As zonas norte, leste e centro somaram dois óbitos cada uma. Todos os baleados eram suspeitos de crimes ou teriam participado de ataque a policiais. A exceção seria o caso de Gabriel Sartori Natal, 17 anos, baleado na rua Tarciza Kikuti, em frente ao colégio estadual Maria José Balzanelo Aguilera, zona Sul, durante a abordagem de um policial militar.