Cinco índios da etnia Tenharim foram presos ontem (30) à tarde por agentes da Polícia Federal na reserva Tenharim Marmelo, cerca de 150 quilômetros de Humaitá, no sul do Amazonas. Os índios são apontados como responsáveis pelo desaparecimentos de três pessoas, ocorrido no dia 16 de dezembro, quando eles passavam pela BR 230, no trecho que corta a área indígena.

Depois de uma grande operação, que teve participação de homens do Exército e da Força Nacional de Segurança, os tenharim foram levados para a Superintendência da Polícia Federal em Porto Velho (RO).

A tensão entre branco e índios se instaurou na região desde a morte do cacique Ivan Tenharim, no dia 3 de dezembro. Primeiramente, ela foi apontada como acidente de moto. Três dias depois, o então coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), Ivã Bocchini levantou suspeitas de que o cacique poderia ter sido assassinado.

Nove dias depois do desaparecimento do representante comercial, Luciano Ferreira Freire,do professor Stef Pinheiro e do funcionário da Eletrobrás, Aldeney Ribeiro Salvador, no dia 25 de dezembro moradores de Humaitá atearam fogo em 11 carros e na sede da Funai na cidade. Os moradores também queimaram vários pontos de cobrança de pedágio usados pelos índios ao longo da Rodovia Transamazônica.

Desde então, os tenharim estavam praticamente isolados na aldeia. Na segunda-feira (13), desembarcou em Humaitá uma equipe interministerial, com representantes das pastas do Meio Ambiente, Justiça, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Desenvolvimento Social, para tentar construir soluções para superar o impasse.