De acordo com os promotores Susana Lacerda e Ronaldo Costa Braga, o agente pode responder por 12 crimes
De acordo com os promotores Susana Lacerda e Ronaldo Costa Braga, o agente pode responder por 12 crimes | Foto: Ricardo Chicarelli



O Ministério Público concluiu nesta segunda-feira (24) a primeira etapa da denúncia contra o guarda municipal Ricardo Leandro Felippe, acusado de matar três pessoas e ferir outras duas no dia 3 de abril, em Londrina. De acordo com os promotores Susana Lacerda e Ronaldo Costa Braga, o agente pode responder por 12 crimes, incluindo o triplo homicídio, duas tentativas de homicídio, além de agressões, furtos e roubos. Somadas, as penas máximas podem ultrapassar 150 anos de prisão.

Costa Braga informou que o MP concluiu a denúncia referentes aos crimes contra a mulher com quem ele convivia à época dos crimes e que, nesta terça-feira (25), deve terminar a segunda parte, referente aos crimes contra a família da antiga companheira. Susana comentou as argumentações da defesa sobre a distribuição dos processos na Justiça. Para os advogados de Felippe, a denúncia sobre os crimes de homicídios deveria ser recebida pela 1ª Vara Criminal, que julga os crimes contra a vida.

A promotora disse que o processo tramita na 6ª Vara Criminal - Maria da Penha - porque alguns dos fatos envolvem violência contra mulher. "A instrução se dará toda na 6ª Vara. Após essa fase de instrução, a juíza decide se o caso vai ou não a júri popular. Ela decidindo e essa decisão não cabendo mais recurso, o processo é encaminhado à 1ª Vara Criminal, onde será realizado o julgamento", detalhou. Ela disse ainda que o MP não recebeu nenhum pedido formal para a transferência do processo. "O que houve foi uma manifestação da defesa na imprensa", afirmou.

Para o promotor Costa Braga, o inquérito aponta "certa premeditação" por parte do agente. "Ele já ameaçava de morte as companheiras e a sócia. Ele tinha ódio da sócia da mulher com quem convivia porque ela aconselhava o fim do relacionamento. Isso se externou com o assassinato dela", comentou o promotor, referindo-se a Ana Regina do Nascimento Ferreira.

Sobre as alegações da defesa de que o acusado era perseguido pela antiga companheira e que ela que praticaria os fatos dos quais acusava Felippe, como ameaças e agressões físicas, Susana foi enfática. "Os fatos falam por si. Quem teve a família exterminada foi ela. São muitas situações e a prova angariada aponta o contrário. E ela procurou a Justiça justamente porque se via acuada."

Felippe está preso na Penitenciária Estadual de Londrina (PEL 1). A reportagem procurou a defesa do guarda municipal, mas o advogado Luca Carrer informou que, sem haver novos fatos a serem debatidos, a defesa aguarda o regular prosseguimento do processo.