"A gente fica muito preocupada. Vai saber o que pode acontecer aí dentro? É cada coisa horrível que aparece nos jornais", lamentou a mãe de um detento da CCL
"A gente fica muito preocupada. Vai saber o que pode acontecer aí dentro? É cada coisa horrível que aparece nos jornais", lamentou a mãe de um detento da CCL



O risco de rebeliões nas penitenciárias aumenta o drama dos familiares dos presos. A mãe de um deles, uma dona de casa de 47 anos, que preferiu não se identificar, está preocupada com o filho, que há 20 dias está preso na Cada de Custódia de Londrina (CCL). Na tarde desta segunda-feira (16), ela foi à unidade levar sacolas com materiais de higiene pessoal para ele. "A gente fica muito preocupada. Vai saber o que pode acontecer aí dentro? É cada coisa horrível que aparece nos jornais", lamentou.
O medo dela é que rebeliões violentas parecidas às ocorridas no Norte e Nordeste do País se repitam na cidade. "A gente ouve dizer que há ordens de criminosos para tomar os presídios e torce para que isso não aconteça. É muito sofrimento", disse. Ela comemorou o fato de o filho não ter sido levado para a unidade 2 da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL 2), prédio em frente à CCL, na zona sul da cidade. "Aqui parece ser mais tranquilo. Só de lembrar o que aconteceu lá [PEL 2] já me dá uma agonia", contou, referindo-se a rebelião de outubro de 2015, quando um preso foi morto.
Já nos arredores da primeira unidade 1 da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL 1), no Jardim Del Rey (zona sul), a apreensão é com os possíveis resgates de presos. O aposentado Benedito Lucas Ferreira, de 69 anos, é vizinho da penitenciária há 20 anos. Com exceção de uma fuga, há três anos, ele conta que nunca presenciou nada de perigoso no entorno da PEL. "Uma vez vi uns meninos pulando o muro, mas não mexeram com a gente e logo foram presos de novo", lembrou.
Com os recentes resgates de detentos, ocorridos em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), e em Telêmaco Borba, nos Campos Gerais, ele admite que a sensação de insegurança aumenta. "Quando eu comprei a casa aqui, o pessoal falava que eu era louco. Mas até hoje foi muito tranquilo. É claro que essas notícias de bombas nas cadeias deixam a gente preocupado, mas torço para que não chegue aqui", comentou. Outro morador vizinho, que preferiu não se identificar, cobrou mais atenção das autoridades. "Tem que reforçar a segurança, os bandidos estão cada vez mais ousados", disse.