A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quarta-feira (24) a Operação Carga Pesada, que desarticulou uma quadrilha especializada em roubo e furto de cargas e a empresas na região de Londrina. As investigações duraram cerca de cinco meses e resultaram na expedição de 11 mandados de prisão preventiva, oito de busca e apreensão e um de condução coercitiva. Os mandados foram cumpridos em Londrina, Arapongas, Rolândia e Naviraí (MS). Dez suspeitos foram presos, um deles na cidade sul-mato-grossense. Apenas um suspeito estava foragido até a tarde desta quarta.
A ação foi coordenada pela 10ª Subdivisão de Londrina, com apoio de integrantes de outras unidades da cidade, além de policiais de Cambé, Arapongas e Naviraí, totalizando 27 agentes. Segundo o delegado João Batista dos Reis, a investigação começou em razão da ocorrência de furtos de máquinas e tratores e de cargas na região. "Identificamos algumas pessoas que estavam envolvidas nesses crimes, entre eles o roubo de carga de uma empresa da região sul, em que celulares e televisores foram levados. Eles também estavam envolvidos na receptação de autopeças levadas da Avenida Jorge Casoni. Também roubaram um caminhão e exigiram uma certa quantia do proprietário para devolver esse caminhão", enumerou Reis.
Os produtos eram comercializados na região de Londrina, mas a quadrilha agia em todo o País. "Não foram localizadas armas nas buscas nas residências, mas temos imagens de câmeras de segurança que facilitaram a investigação e que servirão como prova de autoria. Eles faziam arrombamentos de empresas e subtraiam os produtos para revender", destacou.
Segundo o delegado chefe da 10ª Subdivisão Policial, Sebastião Ramos dos Santos Neto, o principal desafio da operação foi obter provas. "Temos que destacar o trabalho da equipe de inteligência para conseguir a prisão preventiva desses sujeitos. Nos casos anteriores já existiam notícias do envolvimento deles, mas não se conseguia trazer essas provas para o inquérito", explicou. "As prisões devem ser feitas com qualidade. Existe aquele jargão de que a polícia prende e a Justiça solta, mas isso não é verdade. Se a Justiça solta é porque o próprio inquérito policial não teve provas suficientes para garantir a prisão do infrator ou a própria lei faculta ao suspeito a liberdade. Essa investigação, da forma que foi feita, promoverá grande dificuldade por parte da defesa para contradizer as provas reunidas para a expedição do mandado de prisão preventivo", destacou.
O advogado dos suspeitos, José Adalberto de Almeida Cunha, declarou que vai entrar com pedido de liberdade provisória. "Essa é uma das medidas cautelares diversa da prisão. Vamos aguardar como a juíza irá se manifestar nesse sentido", apontou. Cunha declarou que existem várias provas, mas não contra todos os suspeitos. "Não existe a prova direta contra alguns deles. Cada caso é um caso, mas a polícia imputou todos nos crimes de receptação, formação de quadrilha, extorsão. Mas cada um vai responder pelo seu crime separadamente", disse.