Curitiba - O Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Guarapuava, deflagrou nesta terça-feira (21) a segunda fase da Operação Riquixá. O objetivo é apurar a existência de organização criminosa no segmento de concessão de transporte coletivo em Guarapuava e outros municípios.
Foram expedidos pelo 1º Juízo Criminal da comarca dez mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é conduzida para ser ouvida): dois contra pessoas ligadas a escritório de advocacia, três contra ex-servidores públicos de Guarapuava e cinco contra empresários ligados a grupo de transporte coletivo. Os mandados foram cumpridos em Guarapuava (dois deles), em Campo Largo (um), e em Curitiba (sete).
Também foram expedidos 16 mandados de busca e apreensão em um escritório de advocacia, sete empresas e nove residências. Os alvos das buscas são empresários do ramo de transporte coletivo, advogados e agentes públicos que teriam auxiliado nas fraudes licitatórias.
A primeira fase da Riquixá foi deflagrada em junho de 2016, quando foram cumpridos seis mandados de prisão, 29 conduções coercitivas e 53 ordens de busca e apreensão em empresas e residências. As investigações, iniciadas em 2013, indicam que integrantes de empresa de engenharia especializada em transporte coletivo, advogados e representantes de empresas de ônibus formaram grupo criminoso, que utilizava "laranjas" e formações societárias complexas, para ocultar a existência do grupo econômico.
De acordo com o Gaeco, a organização criminosa age pelo menos desde 2009, cooptando agentes públicos para a prática dos crimes. Com a participação dessas pessoas, o grupo obteve meios de remunerar ilicitamente, com dinheiro público, a organização das fraudes concorrenciais, contratando componentes do grupo criminoso para prestar assessorias simuladas ou substituir comissões de licitação. Em julho de 2016, 22 pessoas foram denunciadas à Justiça no âmbito da investigação. Os crimes praticados referem-se ao ano de 2009.