Genebra, Suíça - A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que cai de forma importante o número de novos casos confirmados de febre amarela no Brasil. Mas alerta que um monitoramento da situação pelas próximas semanas será necessário antes de declarar que o surto já não seria mais um risco. Por enquanto, a OMS mantém sua recomendação para que turistas sejam vacinados antes de ir a determinadas áreas de risco no Brasil.

Dados publicados nesta sexta-feira (17) apontam que, na segunda semana de 2017, um total de novos 80 casos foram confirmados no Brasil em relação aos sintomas. A taxa caiu para 50 na semana seguinte, 20 na quarta semana do ano e menos de cinco na atual semana examinada. "Seguindo a distribuição de casos por semana epidemiológica e por Estados, uma tendência decrescente é observada", apontou o documento da OMS feito em colaboração com a Organização Pan-Americana de Saúde. Cautelosa, as entidades apontam que "será necessário continuar a monitorar a situação para determinar se essa tendência vai persistir nas próximas semanas".

De acordo com a OMS, entre 1º de dezembro de 2016 e 15 de fevereiro de 2017, 1.236 casos de febre amarela foram registrados no Brasil: 243 foram confirmados, 108 descartados e 885 ainda estão sob exame. Cento e noventa e sete mortes foram contabilizadas, com uma taxa de fatalidade de 34% para os casos confirmados. Apesar de a febre amarela ser endêmica no Brasil, o número de casos no atual surto é superior às décadas precedentes.

Mas, no que se refere aos casos suspeitos, o número de registros continua a aumentar e por isso a cautela da OMS. Até o dia 8 de fevereiro, um total de 1.060 casos foram identificados, dos quais 765 estavam ainda sendo examinados. Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, São Paulo e Tocantins registraram casos.

EXPANSÃO
Além do Brasil, a OMS aponta que Colômbia, Peru e Bolívia registraram casos suspeitos e que o risco de proliferação continua. Outro risco que continua é o da transmissão por animais, principalmente no Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai.

A OMS também alertou que as amostras biológicas devem ser consideradas como "potencialmente infecciosas". Segundo a entidade, "todos os funcionários de laboratórios devem estar vacinados e usar equipamentos de proteção".