Londrina – A Promotoria de Saúde Pública encaminhou ofício à Prefeitura de Londrina e ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR) para saber as reais condições dos antigos prédios da Construtora Encol.
Três estruturas na Gleba Palhano (zona sul), erguidas há quase duas décadas, ficaram inacabadas. "A gente prefere não trabalhar até tarde porque pessoas estranhas entram nos prédios para se drogar e até se prostituir. Não é nada agradável", afirmou o empresário Claudio Luiz dos Santos.
Uma análise preliminar indica que ao menos um prédio está com a estrutura comprometida. "Não são riscos imediatos, são riscos de corrosão e perda de sustentação de estrutura. O concreto tem sofrido ações do tempo e apresentado alguns processos de corrosão da armadura. A longo prazo pode gerar desabamento", explicou o conselheiro do Crea, o engenheiro Nilton Capucho.
No ofício, a Promotoria pede que as inspeções sejam feitas em caráter de urgência. "Os prédios envolvem não só questão da segurança, mas de saúde pública e de meio ambiente. A área não é cercada, tem vários pontos de acúmulo de água, falta calçamento, mureta de proteção e a enxurrada carrega toda a terra para dentro do Lago Igapó", alertou o promotor Paulo Tavares.
Engenheiros do Departamento de Fiscalização e Planejamento do Crea devem analisar os prédios em maio. "Seria prematuro falar sem ver o imóvel, mas logicamente uma coisa que está abandonada e não tem manutenção adequada pode comprometer toda a estrutura da obra", explicou o engenheiro Alexandre Traina.
"A Prefeitura tem que cobrar o proprietário. O que não pode é deixar a estrutura abandonada oferecendo risco à população", apontou Tavares. Ele adiantou que esta etapa vai motivar outras inspeções de obras abandonadas.