Defesa Civil tranquilizou moradores do jardim Terra Bonita e classificou tremores como de baixo impacto
Defesa Civil tranquilizou moradores do jardim Terra Bonita e classificou tremores como de baixo impacto | Foto: Ricardo Chicarelli



Luiz Roberto Dib, 37, estava com a esposa e alguns familiares em sua casa quando ouviu os barulhos. O morador do jardim Terra Bonita (zona sul) não foi o único a perceber a atividade de magnitude 1,1 na escala Richter, registrada no domingo (21), às 17h36, pelo Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo). Na noite de segunda-feira (22) e na madrugada de terça-feira (23), outros moradores também sentiram os abalos.

"No domingo a gente só ouviu o barulho. Na segunda-feira eu ouvi um barulho maior e senti o tremor. Muita gente confundiu com trovão, mas não era, parecia pedra raspando em pedra", conta Dib, que estava sentado no sofá da sala com a esposa no momento do abalo. "No segundo eu já percebi que se tratavam de tremores", afirma Dib.

Um sismógrafo instalado em 2016, em Londrina, registrou os abalos do início desta semana com movimentos que oscilaram entre 0,7 e 1,4 na escala Richter. Segundo o geólogo da UEL, José Paulo Pinese, esses são sismos oriundos em rochas de origem, aparentemente, natural. "O movimento foi na rocha, está abaixo do solo. Todos esses dados são características naturais da rocha, gerando essa vibração de energia", afirma o especialista. As causas ainda não foram comprovadas, o que aguça a curiosidade de parte da população do bairro Terra Bonita e redondeza.

Camila Fontes, 37, estava estudando quando ouviu o barulho e sentiu a vibração da casa. "Na segunda (22) à noite eu senti, pareciam duas explosões. Minha casa já está trincada pelos tremores de 2016, esse foi diferente. Não foi terremoto, isso está com cara de explosão", defende a atriz. No momento do ocorrido, por volta das 21h, Fontes estava sozinha e percebeu que os cachorros se levantaram quando sentiram algo diferente. A atriz também notou a movimentação dos vizinhos logo após o ocorrido. "Aqui é muito silencioso e, além do tremor, teve barulho. Era como se algo muito pesado tivesse caído, como uma caçamba caindo de um caminhão", tenta explicar.

Segundo a Defesa Civil, muitos moradores da zona sul ligaram informando sobre o ocorrido. Membros da instituição e geólogos da UEL (Universidade Estadual de Londrina) foram até a região conversar com a população. "São números de baixo impacto. Quem mora no Terra Bonita e adjacências pode ficar tranquilo. Não encontramos nenhuma casa rachada", informa Demerval Anderson, coordenador adjunto da Defesa Civil. De acordo com os parâmetros geológicos, o tremor de até 2,0 graus é considerado de pequena intensidade. O Corpo de Bombeiros não registrou ocorrência.

Pinese pede para todos aqueles que sentirem os sismos cadastrarem seus relatos no site do Centro de Sismologia da USP, na aba "Sentiu aí?" ou pelo aplicativo Sismo Usp, para que a instituição possa coletar informações de vivências. O site mencionado é: moho.iag.usp.br/eq/dyfi. (Colaboraram André Bueno e Rafael Machado/Grupo Folha)

Após dois anos, marcas persistem no Califórnia


Elza Marran convive há dois anos com rachaduras nas paredes de casa causada pelos abalos sísmicos que atingiram a zona leste
Elza Marran convive há dois anos com rachaduras nas paredes de casa causada pelos abalos sísmicos que atingiram a zona leste | Foto: Lais Taine



Não é a primeira vez que Londrina passa pelos sismos. No final de 2015 e início de 2016, a cidade registrou 14 tremores, todos sentidos com maior intensidade no jardim Califórnia (zona leste). Elza Marran, 48, trabalha e mora no bairro e ainda convive as marcas causadas pelos tremores: uma rachadura na garagem e algumas paredes trincadas na casa.

"Eu lembro que foi no dia de Ano-Novo, estava todo mundo na rua. O maior tremor foi aqui na esquina. Todos os moradores vieram para a minha casa", recorda-se. Com o ocorrido, Marran informa que muita gente ainda tem medo que os tremores voltem a ocorrer. "Tem gente tomando remédio até hoje por causa disso. Qualquer barulhinho, a gente fica com medo", afirma.

Outros abalos foram sentidos, derrubando muros e trincando paredes de casas da região. Naquela ocasião, o tremores chegaram à magnitude de 1,9 grau na escala Richter, segundo Boletim Sísmico, disponibilizado pelo Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo), que trouxe sismógrafos para o monitoramento. No mesmo período, Cambé e Rolândia (Região Metropolitana de Londrina) também tiveram relatos de tremores. Em setembro do ano passado, o Paraná teve um registro na cidade de Rio Branco do Sul, (Região Metropolitana de Curitiba), de 3,5 graus. (L.T.)