Imagem ilustrativa da imagem Moradores de rua morrem em SP e Curitiba após onda de frio
| Foto: Orlando Kissner/Arquivo ANPR



Curitiba - Entre a tarde desta terça-feira (18) e a madrugada de quarta (19), dois moradores de rua morreram em São Paulo e Curitiba. A principal suspeita é de que a dupla não resistiu ao frio. Na capital paranaense, um homem foi encontrado morto na praça Tiradentes, no centro. De acordo com a Fundação de Ação Social (FAS), órgão ligado à prefeitura, Adilson José Juk tinha 41 anos e era atendido desde 2003, mas recusou ser acolhido pelas equipes de resgate. Nessa terça-feira (18), a cidade chegou a registrar -1,3°C, a temperatura mais baixa de 2017. A FAS informou que aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para verificar a causa do óbito.

Às 16h30 desta terça, quando São Paulo registrou a tarde mais fria do ano, a Polícia Militar recolheu o corpo de um desabrigado no cruzamento da rua Teodoro Sampaio com a avenida Doutor Arnaldo, na zona oeste. Conforme a PM, não havia qualquer sinal de violência, um indicativo de que a morte pode ter sido em decorrência da baixa temperatura.

Houve ainda, segundo o padre Julio Lancellotti, da Pastoral de Rua, uma segunda morte nesta terça nas mesmas circunstâncias e na mesma região, em frente à Faculdade de Medicina da USP. Esta, sem confirmação da PM até a publicação desta matéria. "É aquela história, no o IML vai dar ataque cardíaco ou tuberculose, porque hipotermia não é patologia. Não se morre de frio", diz, em tom irônico.

O Brasil não passava por uma onda de frio tão severa desde 2013, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). O País vem registrando nos últimos dias temperaturas abaixo de zero na Região Sul, friagem na Amazônia e quedas atípicas nos termômetros até em regiões historicamente quentes, como Nordeste e Centro-Oeste. Segundo o instituto, o inverno deste ano chegou com força porque o país não sofre, no momento, a influência do El Niño.

O fenômeno, que se configura pelo aquecimento anormal das águas do oceano pacífico, inibiu a entrada de frentes frias e de massas de ar polar no país na maior parte desses últimos quatro anos.

Para o instituto, o El Niño influenciou as condições do tempo com mais intensidade entre novembro de 2014 e abril de 2016. (Com Folhapress)