Um mandado de busca e apreensão foi cumprido na manhã desta sexta-feira (20) dentro da megaoperação de combate à pedofilia deflagrada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A Operação Luz na Infância mobilizou 1,1 mil policiais para cumprir mandados de busca e apreensão em 24 estados e no Distrito Federal. O mandado cumprido em Londrina seria relativo a material pornográfico envolvendo crianças relacionadas a uma pessoa já presa em Londrina, mas que ainda não haviam sido apreendidas. O número de presos na megaoperação chegou a 108 durante a tarde.

Segundo a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) do ministério, esta é uma das maiores ações mundiais contra a pedofilia. Os alvos da operação foram identificados após seis meses de investigações conjuntas da Senasp com agências de inteligência das secretarias estaduais de segurança pública e polícias civis, com a colaboração da embaixada dos Estados Unidos.

De acordo com o secretário estadual de Segurança Pública, Wagner Mesquita, no decorrer das buscas impetradas no Paraná, vários materiais foram apreendidos com os suspeitos, como um menino de apenas 11 anos sendo abusado pela própria mãe. "A probabilidade é que estas vítimas apresentem algum transtorno no futuro ou até mesmo tornam-se possíveis abusadores", disse.

Os investigadores mapearam a ação dos pedófilos na internet – ambiente que, segundo a Senasp, facilita a conduta criminosa de adultos que buscam atrair crianças e adolescentes. "O complexo ambiente da internet e a ausência de fronteiras no mundo virtual são elementos que propiciam terreno fértil à atuação desses criminosos", informa a Senasp, em nota.

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, disse que o trabalho continua e mais mandados podem ser emitidos nos próximos dias. Jardim concedeu entrevista coletiva na sede da Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro e destacou a importância da cooperação internacional em tecnologia para a segurança pública no Brasil, explicando que os principais crimes que precisam ser combatidos no país são praticados por quadrilhas que têm ligações transnacionais, como os crimes cibernéticos e os de tráfico de drogas, armas e pessoas.

"Nada se passa no espaço exclusivo do território nacional. A integração federativa é fundamental, e a integração internacional não é menos fundamental em tecnologia. Essa é uma tecla [em] que o Ministério da Justiça bate muito", afirmou o ministro.

(atualizada às 16h30h)