Curitiba - Pela terceira vez em menos de duas semanas, os médicos cruzaram os braços ontem em algumas cidades do Paraná. Segundo as entidades de classe, as concentrações tiveram o objetivo de conscientizar a população sobre as reivindicações da categoria, além de colher assinaturas para um abaixo-assinado contra as medidas anunciadas pelo governo federal, que será encaminhado ao Congresso Nacional.
Na próxima quinta-feira, está prevista uma grande marcha em Brasília, quando ocorrerá o Encontro Nacional das Entidades Médicas (Enem), além de uma audiência pública sobre o programa Mais Médicos no Congresso. Segundo a categoria, após o dia 10 será feita uma avaliação das reivindicações. Caso não haja avanços no movimento, a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), que representa 53 sindicatos médicos, poderá decretar greve por tempo indeterminado.
Em alguns municípios paranaenses, mesmo sem suspender o atendimento público e privado, os profissionais organizaram algum tipo de manifestação para pressionar o governo. Em Londrina, os médicos fizeram uma passeata entre o Zerão e a Concha Acústica.
Também ocorreram mobilizações em Curitiba, Maringá, Campo Mourão, Paranavaí, Toledo, Pato Branco, Umuarama, Guarapuava, Francisco Beltrão, União da Vitória, Santo Antônio da Platina, Apucarana, Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guaíra e Santa Helena. A Fenam informou que foram realizadas manifestações em outros 20 Estados e no Distrito Federal.
"Percebemos uma participação maciça da população no abaixo-assinado, principalmente em relação à cobrança por mais investimentos do governo federal na saúde. A coleta de assinaturas será estendida até o próximo dia 7 para que consigamos juntar todo o material que virá do interior", disse o presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), João Carlos Baracho. Ontem à noite uma assembleia na sede da AMP, em Curitiba, definiria novas estratégias da categoria.
Os médicos reivindicam a derrubada dos vetos à regulamentação das competências médicas (Lei do Ato Médico) e da Medida Provisória (MP) 62/13, que institui o programa Mais Médicos, e por mais investimentos do governo na saúde - defendidos pelo projeto Saúde + 10. Além disso, a categoria pede melhores condições de trabalho e criação de plano de carreira para os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS).