O Comitê pelo Passe Livre, Redução da Tarifa e Estatização do Transporte Coletivo publicou um vídeo sobre o desfecho da manifestação realizada nesta quarta-feira (22) em Londrina. Nas imagens, um grupo concentrado na Concha Acústica, no centro da cidade, é abordado por dois policiais à paisana.

Em nota, os manifestantes reclamaram da violência da abordagem. A comissão relata que os policiais ordenaram que as pessoas colocassem as mãos na cabeça. Em seguida, os presentes pedem quem os agentes se identifique e um deles acaba empurrado.



Sete manifestantes foram detidos na concentração após a passeata, na Concha Acústica. Policiais Militares abordaram um grupo de quatro jovens que portavam tubos de spray. Outros três também foram encaminhados à 10ª Subdivisão Policial por desacato. As prisões foram rebatidas pelo comitê.

"A acusação sob a qual os manifestantes foram levados à delegacia é a de 'desacato à autoridade', subterfúgio há muito utilizado para efetuar prisões arbitrárias. O único 'desacato' cometido pelos integrantes do comitê foi reivindicar a identificação do homem que se dizia policial e apontava arma para os manifestantes. Um dos manifestantes foi algemado sem, no entanto, apresentar risco de fuga ou resistência à prisão".

Em entrevista à rádio CBN Londrina, na manhã desta quinta-feira (23), o porta-voz da Polícia Militar em Londrina, capitão Ricardo Eguedis, deu detalhes sobre a ação da polícia. "Em nenhum momento houve conduta contra a manifestação". Eguedis comentou sobre a suposta violência criticada pela organização do protesto. "É um entendimento do grupo, respeitamos, mas a polícia age sempre para prevenir".

À CBN Londrina, o capitão informou que a polícia tentou contato com os integrantes do movimento e falou novamente sobre as prisões na Concha Acústica. "Aconteceu mediante a constatação de que as pessoas estavam praticando algum crime". O porta-voz da PM enfatizou a legitimidade do protesto e orientou os organizadores. "Que eles identifiquem as pessoas que estão quebrando o patrimônio público e prejudicando o ato".

Uma reunião entre os integrantes do movimento pelo passe livre e o prefeito Alexandre Kireeff (PSD) foi marcada para a tarde de hoje. O movimento, não entanto, vê o encontro com receio.

"Apesar de o foco de atuação do Comitê se concentrar nas ruas e no contato direto com a população, o Comitê atenderá a um pedido do prefeito, Alexandre Kireeff (PSD), e participará de uma reunião em seu gabinete nesta quinta-feira (23), às 14 horas. No entanto, o movimento vê o convite com ceticismo, pois a repressão, que aumenta a cada novo ato, mostra que o discurso conciliador da Prefeitura não passa de demagogia".

A terceira manifestação pela redução da tarifa do transporte coletivo foi novamente marcada muita confusão. Confira aqui na íntegra a matéria do portal Bonde sobre toda ação.