Operação deflagrada na manhã desta segunda-feira (26) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) investiga fraudes cometidas por um escritório de advocacia contra beneficiários do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT).

Proprietário do escritório Cantoni Revisões, o bacharel em Direito Márcio Rodrigo Cantoni está sendo procurado em seus endereços profissionais e domiciliares. Contra ele há um mandado de prisão preventiva. Até as 11h desta segunda, Cantoni ainda não havia sido localizado.

Os policiais também devem cumprir outros 10 mandados, estes de busca e apreensão de documentos e computadores. O objetivo é encontrar evidências das fraudes cometidas pelo escritório.

Segundo o coordenador do Gaeco em Londrina, promotor Jorge Barreto, a fraude se dava de duas maneiras: na primeira, as vítimas de acidentes eram procuradas por advogados vinculados à Cantoni Revisões, que obtinham procurações. Quando os recursos do DPVAT eram liberados, o dinheiro ia para o escritório e não era repassado aos beneficiários.

Na outra frente, a empresa usava o nome de pessoas acidentadas para conseguir a liberação do seguro, sem sequer comunicar os beneficiários da existência das ações indenizatórias. Além do desvio do dinheiro, existe, para estes casos, a suspeita de falsificação de documentos.

Ainda segundo Barreto, a operação desta segunda apura fraudes que teriam sido cometidas nos anos de 2008 e 2009. O volume desviado dos beneficiários e o número de pessoas lesadas ainda não foram divulgados pelo Gaeco.

Em 2012, o escritório já havia sido acionado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por exercício ilegal da advocacia. Proprietário da empresa, Márcio Rodrigo Cantoni não possui registro na OAB.