Com camisetas com a foto de Ana Regina Ferreira, parentes dela foram ao fórum para cobrar justiça
Com camisetas com a foto de Ana Regina Ferreira, parentes dela foram ao fórum para cobrar justiça | Foto: Anderson Coelho


A 6ª Vara Criminal realizou nesta terça-feira (27) a primeira audiência de instrução do processo que tem como réu o guarda municipal Ricardo Leandro Felippe, acusado de matar três pessoas em abril deste ano. Testemunhas de acusação foram ouvidas pela Justiça e pelo Ministério Público. Felippe chegou a ser levado ao fórum, mas foi liberado e retornou à PEL 1 (Penitenciária Estadual de Londrina) após solicitação das testemunhas. A segunda parte da audiência foi marcada para a próxima semana.

No dia 3 de abril, Felippe invadiu o escritório da então namorada Josiane Amorim e, após uma discussão, matou a sócia dela, Ana Regina do Nascimento Ferreira. Em seguida, seguiu para a casa da ex-namorada Rachel Espinosa e atirou contra a família, matando o filho dela, de 16 anos, na hora, e o pai, que não resistiu aos ferimentos no hospital. Nos deslocamentos e fugas, o guarda municipal roubou dois carros. O guarda municipal, que irá responder por 12 crimes, fugiu e foi preso no dia seguinte em Maracaí, no interior de São Paulo.

Na audiência desta terça foram ouvidos familiares de Amorim e Espinosa. Parentes de Ana Regina Ferreira estiveram no fórum com camiseta estampada com foto dela, clamando por justiça. "A gente nunca imaginava que isso pudesse acontecer com ela. Ela era muito amiga da Josiane e não concordava com o namoro", disse um irmão de Ferreira, de apenas 17 anos. Já o filho dela, da mesma idade do tio, disse que a família vai lutar até o fim por justiça. "Estaremos aqui todas as vezes que for preciso para cobrar justiça. Ele tem que pagar pelo que fez", disse, referindo-se ao guarda municipal.

Durante um intervalo da audiência, o advogado de Rachel Espinosa, Marcelo Camargo, disse que a cliente está muito abalada e passa por tratamentos psiquiátricos. Ele atacou a linha da defesa. "Com todo respeito, o que está sendo alegado é a tese de inimputabilidade, mas isso já está descartado. Temos laudos do Complexo Médico Penal [de Pinhais] que descartam que o réu possua problemas psicológicos. Essa tese não irá se sustentar", avalia.

O interrogatório de Felippe só ocorrerá após todas as testemunhas serem ouvidas. Camargo acredita que, "se tudo ocorrer dentro do previsto", serão realizadas ainda mais duas audiências. A reportagem tentou ouvir a defesa do réu, mas até o fechamento da matéria a audiência ainda não havia terminado.