Maringá – A 1ª Vara Criminal de Maringá decidiu manter preso preventivamente o homem que matou o estudante Orivaldo José da Silva Filho, 22, conhecido como Mima, a facadas, em pensionato na zona 7, região central da cidade, na madrugada de domingo (17). Ele foi indiciado por homicídio qualificado e por duas tentativas de homicídio.

Jovens que moravam no pensionato de estudantes na zona 7, nas proximidades da UEM, foram atacados no domingo (17)
Jovens que moravam no pensionato de estudantes na zona 7, nas proximidades da UEM, foram atacados no domingo (17) | Foto: Isabela Fleischmann

O autor do ataque, de 26 anos, apunhalou ainda outros dois moradores do pensionato. Ele foi preso em flagrante e, segundo a Polícia Civil, confessou o crime. O corpo da vítima, que residia em Maringá havia cinco anos, foi enterrado em Conchas (SP), onde mora sua família, na tarde desta segunda-feira (18).

A Polícia Civil apura ainda o estado mental do autor do ataque e se ele estava sob efeito de drogas, já que, em depoimento prestado à Polícia Militar, disse frases desconexas sob a motivação do crime. Ele também vivia no pensionato, com uma cama improvisada em um carro na garagem, e manifestou desagrado pela situação, argumentando que os rapazes da casa o “olhavam dentro do veículo”.

O delegado-chefe da 9ª SDP (Subdivisão Policial) em Maringá, Adão Rodrigues, acredita que o autor do crime estava sob efeito de entorpecentes. “A gente sabe que a zona 7 é uma região crítica, inclusive os policiais da antitóxico têm determinação para intensificar as ações naquele local. Agora a Polícia Civil trabalha para ver se tinha droga, se as pessoas estavam usando ou não e especialmente ele, pela questão desse surto que teve”, afirmou. Conforme a Polícia Civil, o suspeito tinha passagem pela polícia por posse de droga para uso. O autor do ataque não tem advogado constituído.

Dormindo quando aconteceu o ataque, a dona do pensionato disse que só acordou após o arrombamento da porta pelos policiais. Ela conta que, se estivesse acordada, provavelmente teria sido atacada, porque não teria deixado aquilo ocorrer com os meninos. “Foi uma fatalidade”, definiu, abalada.

Segundo a dona da casa, o autor do ataque morou no pensionato por três anos e foi embora para Florianópolis (SC) com uma namorada. Com o fim do relacionamento, voltou a Maringá e queria ficar na casa, mas não havia vagas. O rapaz então optou por dormir dentro de um carro na garagem até um quarto ficar disponível. “Ele saiu e quando voltou não tinha vaga. Ele era amigo de todo mundo, tanto que os meninos falaram para ele ficar na garagem. Ele fez uma cama no carro e aguardava a liberação da vaga.”

De acordo com a mulher, o autor do ataque trabalhava como bartender. “Ele não é vagabundo, ele trabalha. E os meninos se preocupavam com ele, davam força porque ele tem uma filha, pagava pensão. E todos eram muito amigos”, disse.

No pensionato, viviam sete meninos. No momento do ataque, os três que ficaram na cozinha quando o rapaz entrou com uma faca proferindo frases irracionais foram apunhalados. Ele teria pedido aos jovens que se ajoelhassem antes de atacar. Um outro morador, que se trancou no quarto, chamou a polícia, que rapidamente chegou e imobilizou o suspeito. Segundo a polícia, ele tinha intenção de atacar outros moradores da casa.

A VÍTIMA

Em imagens de câmeras de segurança é possível ver Mima correndo após ter sido atacado. Do interior de São Paulo, ele mudou para Maringá para estudar. Cursava o segundo ano de mestrado em Química pela UEM (Universidade Estadual de Maringá) e dava aulas em um curso pré-vestibular de Apucarana. O estado de saúde dos outros dois estudantes, internados em hospitais da cidade, era considerado estável.