Justiça mantém prisão de homem que esfaqueou estudantes em pensionato
Suspeito foi indiciado por homicídio qualificado e por duas tentativas de homicídio
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 19 de março de 2019
Suspeito foi indiciado por homicídio qualificado e por duas tentativas de homicídio
Isabela Fleischmann
Maringá – A 1ª Vara Criminal de Maringá decidiu manter preso preventivamente o homem que matou o estudante Orivaldo José da Silva Filho, 22, conhecido como Mima, a facadas, em pensionato na zona 7, região central da cidade, na madrugada de domingo (17). Ele foi indiciado por homicídio qualificado e por duas tentativas de homicídio.
O autor do ataque, de 26 anos, apunhalou ainda outros dois moradores do pensionato. Ele foi preso em flagrante e, segundo a Polícia Civil, confessou o crime. O corpo da vítima, que residia em Maringá havia cinco anos, foi enterrado em Conchas (SP), onde mora sua família, na tarde desta segunda-feira (18).
A Polícia Civil apura ainda o estado mental do autor do ataque e se ele estava sob efeito de drogas, já que, em depoimento prestado à Polícia Militar, disse frases desconexas sob a motivação do crime. Ele também vivia no pensionato, com uma cama improvisada em um carro na garagem, e manifestou desagrado pela situação, argumentando que os rapazes da casa o “olhavam dentro do veículo”.
O delegado-chefe da 9ª SDP (Subdivisão Policial) em Maringá, Adão Rodrigues, acredita que o autor do crime estava sob efeito de entorpecentes. “A gente sabe que a zona 7 é uma região crítica, inclusive os policiais da antitóxico têm determinação para intensificar as ações naquele local. Agora a Polícia Civil trabalha para ver se tinha droga, se as pessoas estavam usando ou não e especialmente ele, pela questão desse surto que teve”, afirmou. Conforme a Polícia Civil, o suspeito tinha passagem pela polícia por posse de droga para uso. O autor do ataque não tem advogado constituído.
Dormindo quando aconteceu o ataque, a dona do pensionato disse que só acordou após o arrombamento da porta pelos policiais. Ela conta que, se estivesse acordada, provavelmente teria sido atacada, porque não teria deixado aquilo ocorrer com os meninos. “Foi uma fatalidade”, definiu, abalada.
Segundo a dona da casa, o autor do ataque morou no pensionato por três anos e foi embora para Florianópolis (SC) com uma namorada. Com o fim do relacionamento, voltou a Maringá e queria ficar na casa, mas não havia vagas. O rapaz então optou por dormir dentro de um carro na garagem até um quarto ficar disponível. “Ele saiu e quando voltou não tinha vaga. Ele era amigo de todo mundo, tanto que os meninos falaram para ele ficar na garagem. Ele fez uma cama no carro e aguardava a liberação da vaga.”
De acordo com a mulher, o autor do ataque trabalhava como bartender. “Ele não é vagabundo, ele trabalha. E os meninos se preocupavam com ele, davam força porque ele tem uma filha, pagava pensão. E todos eram muito amigos”, disse.
No pensionato, viviam sete meninos. No momento do ataque, os três que ficaram na cozinha quando o rapaz entrou com uma faca proferindo frases irracionais foram apunhalados. Ele teria pedido aos jovens que se ajoelhassem antes de atacar. Um outro morador, que se trancou no quarto, chamou a polícia, que rapidamente chegou e imobilizou o suspeito. Segundo a polícia, ele tinha intenção de atacar outros moradores da casa.
A VÍTIMA
Em imagens de câmeras de segurança é possível ver Mima correndo após ter sido atacado. Do interior de São Paulo, ele mudou para Maringá para estudar. Cursava o segundo ano de mestrado em Química pela UEM (Universidade Estadual de Maringá) e dava aulas em um curso pré-vestibular de Apucarana. O estado de saúde dos outros dois estudantes, internados em hospitais da cidade, era considerado estável.