O juiz da Vara de Execuções Penais (VEP) de Londrina, Katsujo Nakadomari, decretou que Bruno Henrique Marques dos Santos, 21 anos, acusado de abusar sexualmente de uma mulher de 38 anos em um ônibus na última quarta-feira (18), ficará preso por tempo indeterminado. A decisão foi tomada após audiência de custódia, realizada na manhã desta quinta-feira (19). O réu foi transferido para uma cela separada na PEL 1 (Penitenciária Estadual de Londrina), zona sul da cidade.

No despacho, Nakadomari justificou que o jovem "não demonstrou nenhum tipo de remorso ou arrependimento pela conduta empregada ao cometer o delito, o que assegura a prisão preventiva". Para o juiz, o fato de Santos ter levantado o vestido da vítima, feito ameaças e mostrado o órgão sexual "emergem a real periculosidade de manutenção da liberdade do apresentado, que estava bastante consciente de sua conduta grave e reprovável ao cometer, em tese, o crime de estupro".

Imagem ilustrativa da imagem Justiça decreta prisão preventiva de homem que abusou de mulher em ônibus em Londrina
| Foto: Marcos Zanutto


Para Nakadomari, "o juiz deve perceber se a comunidade está abalada com o aumento de infrações penais e com as constantes situações que exigem uma pronta resposta da Justiça, sob pena de incorrer no total descrédito e na impunidade, o que levaria mais e mais cidadãos de bem a pensar que podem fazer 'justiça com as próprias mãos'.

O caso

Em entrevista à FOLHA, a mulher que foi abusada por Bruno Henrique dos Santos disse que estava em pé no momento do ataque. "Eu senti que o meu vestido balançou, mas achei que alguém estivesse se esbarrando. Quando virei e fiquei de frente para ele, vi que estava levantando o meu vestido, exibindo as partes íntimas", relatou.

Segundo a vítima, os demais passageiros que estavam na linha 311, que percorre o Jardim Santa Rita, zona oeste de Londrina, nada fizeram. "Eu gritei, avisei que chamaria a polícia e ele fez menção de estar armado. Afirmou que mataria todos no ônibus". No Terminal Central, os seguranças fizeram o procedimento conforme as orientações recebidas em treinamento e chamaram a Guarda Municipal. Há dez trabalhando na vigilância do local, Djalma Antônio dos Santos disse que "nunca viu um caso como esse".