Rio - Matheus Moura da Silva, 23, foi preso nesta terça-feira (18), em sua casa, no Jardim Nova Era, em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense), acusado de ser um dos responsáveis por supostamente convencer crianças e adolescentes a participar do jogo Baleia Azul no Rio. Outra pessoa foi detida no interior de São Paulo, sob a mesma acusação.

Segundo a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), do Rio, Silva confessou que, usando perfis falsos no Facebook, manipulava 30 vítimas do jogo. Os investigadores, no entanto, dizem já ter indícios de que ele dava instruções a pelo menos 40 vítimas.

O Baleia Azul teria surgido na Rússia e se disseminado pelas redes sociais. Usando perfis falsos para não serem presos, adultos desafiam crianças e adolescentes a cumprir uma tarefa diária ao longo de 50 dias. A maioria das tarefas envolve automutilação e a última é o suicídio.

Quem cogita sair é ameaçado, e como a maioria dos jogadores é criança ou adolescente, teme as punições e segue participando dos desafios. Houve relatos de mortes supostamente decorrentes do jogo em pelo menos três Estados (Minas Gerais, Mato Grosso e Paraíba), além de outros países.

Segundo a Polícia Civil, ninguém chegou a se suicidar no Estado do Rio. A delegada titular da DRCI, Daniela Terra, e sua assistente Fernanda Fernandes destacaram que a investigação, iniciada em março, foi inédita porque não tomou por base relato de vítimas nem indícios de materialidade. "O principal objetivo nem era prender os responsáveis, mas evitar suicídios", conta Daniela.

Monitorando a internet, a polícia identificou 15 crianças e adolescentes que aceitaram cumprir os desafios. Convocou então os pais e os filhos.

Segundo a delegada, as vítimas entravam no jogo sem imaginar suas consequências. "Todas as vítimas que ouvimos estavam em depressão e foram encaminhadas a acompanhamento psicológico", disse a delegada.