Atraído pela notícia do ato de vandalismo, Valdivino de Oliveira esteve no São Pedro e constatou que da lápide do jazigo da família foram furtados um crucifixo e letras de bronze
Atraído pela notícia do ato de vandalismo, Valdivino de Oliveira esteve no São Pedro e constatou que da lápide do jazigo da família foram furtados um crucifixo e letras de bronze | Foto: Vítor Ogawa


A Guarda Municipal reforçou o policiamento no cemitério São Pedro depois do episódio em que vândalos destruíram doze túmulos do Cemitério São Pedro, na região central de Londrina, na madrugada de sábado (23), e do caso de violação no dia 15 de dois túmulos onde estavam sepultados os corpos de duas mulheres, que podem ter sido alvos de necrofilia. A patrulha noturna da Guarda Municipal tem requisitado à Acesf (Administração dos Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina) as chaves do local para circular na parte interna da necrópole. Antes desses dois episódios a circulação das viaturas ficava restrita ao entorno do espaço.

Segundo Daniel Sakama, secretário municipal de Defesa Social em exercício, o reforço do patrulhamento é um procedimento padrão quando há eventos desse tipo. Ele ressaltou que quando ocorre algo assim, a orientação é para que as pessoas liguem para a Guarda Municipal (153) e realizem o registro da ocorrência. "Há uma intensificação do policiamento para coibir ações semelhantes. É o mesmo procedimento que a Polícia Militar realiza."

Ele explicou que uma das coisas que estava prejudicando o patrulhamento no São Pedro era a falta de viaturas, mas que o problema já foi minimizado com a vinda de novos veículos. Ele explicou que a guarda realiza o patrulhamento por setores, mas que há dificuldades no monitoramento, porque existe uma única câmera no local, mas que não possui funcionamento baseado em imagens geradas por raios infravermelhos, que possibilitaria uma visão noturna. "Essa câmera é responsável por monitorar a Acesf, o cemitério São Pedro e o prédio da Economia Solidária", apontou. Embora o foco da Guarda Municipal tenha melhorado no cemitério São Pedro, as rondas nos outros cemitérios permanecem da mesma forma.

Para ele, o ideal é que se fizesse mais investimentos para colocar mais itens de segurança. "Já havíamos pedido para aumentar a altura dos muros e isso já está sendo feito. Mas precisaríamos de mais câmeras no local", cobrou. O secretário interino de Defesa Social enalteceu que a Guarda Municipal trabalha preventivamente e que é possível acompanhar as viaturas por intermédio dos equipamentos de GPS e de rádio, que estão instaladas em cada um dos veículos.

No domingo (24) a maioria dos túmulos violados já estava novamente fechada.

O cartorário aposentado Valdivino de Oliveira, 71, ouviu a notícia sobre a violação de túmulos e foi ao cemitério averiguar se o jazigo da família havia sido atingido. Quando chegou ao local, constatou que furtaram um crucifixo e letras de bronze que formavam uma frase. "Todo ano a gente paga impostos e a taxa de manutenção do cemitério, mas não resolve nada. Não põem um guarda para olhar. No cemitério do Jardim Ideal, onde está sepultado o meu pai, está pior do que aqui. A gente se sente desprotegido, porque eles levam tudo embora", declarou.

A cada ação dos vândalos os cemitérios de Londrina têm ficado com aparência de abandonados, com lápides e gaveteiros de mármore quebrados, puxadores, crucifixos e placas de bronze furtados, estátuas de bronze arrancadas. Muitos têm substituído placas de bronze por placas de alumínio, com o intuito de reduzir o interesse dos bandidos, porque o material possui valor menor de revenda. Mas é visível que muitos jazigos estão deixando de receber a reposição do material.