Motim começou no fim da tarde de sábado e foi controlado na manhã de domingo
Motim começou no fim da tarde de sábado e foi controlado na manhã de domingo | Foto: Josemar Gonçalves/Tripé Fotografia/Estad



Natal - Pelo menos 26 presos morreram durante a rebelião que aconteceu neste sábado (14) na Penitenciária de Alcaçuz, na Região Metropolitana de Natal (RN). A informação é da Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Norte. Inicialmente, o governo informou que havia pelo menos dez mortos, e depois subiu o número de vítimas para 27. No começo da noite deste domingo (15), no entanto, informou que um corpo havia sido contado duas vezes, baixando o total de presos assassinados no motim para 26.

O Estado alugou um caminhão-frigorífico para transportar e abrigar as vítimas do massacre. Os corpos continuavam dentro do presídio 24 horas depois do conflito, que começou no fim da tarde de sábado (14) e foi controlado por volta das 8 horas (horário de Brasília) deste domingo (15), de acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública.

Há relatos de corpos decapitados e mutilados - o que deve dificultar o trabalho de identificação.
Durante a tarde, som de bombas de efeito moral foram ouvidos do lado de fora da penitenciária. Presos gritaram dizendo que estavam sem água. "É uma situação triste. A gente não esperava. Ficamos sem saber quem morreu", declarou Marinês Conceição, cujo marido é um dos presos do pavilhão 2.

Com mais essas 26 mortes, o número de assassinatos em presídios pelo País chega a 134 casos neste ano. As mortes já equivalem a mais de 36% do total registrado em todo o ano passado. Em 2016, foram ao menos 372 assassinatos - média de uma morte a cada dia nas penitenciárias do País. O Estado do Amazonas lidera o número de mortes em presídios com 67 assassinatos, seguido por Roraima (33).

O caso mais grave ocorreu no dia 1° de janeiro, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM), onde 56 presos foram mortos durante motim que durou 17 horas. Já no dia 6 de janeiro, 33 presos foram mortos na maior prisão de Roraima, a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista.