Em 2015, detentos destruíram a PEL 2 e os custos da reforma da unidade chegaram a R$ 2,4 milhões
Em 2015, detentos destruíram a PEL 2 e os custos da reforma da unidade chegaram a R$ 2,4 milhões | Foto: Gustavo Carneiro/7-10-2015



Desde 2014, quando a administração do sistema penitenciário paranaense passou da Seju (Secretaria de Justiça, Trabalho e Direitos Humanos) para a Sesp (Secretaria de Segurança Pública), cinco grandes rebeliões foram registradas em penitenciárias estaduais. Somadas as quantias destinadas às reformas das unidades prisionais, o prejuízo chega a R$ 5,4 milhões. A cifra não inclui os gastos com a rebelião mais recente, ocorrida na PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel) entre os dias 9 e 11 deste mês.

Ainda não há um levantamento oficial dos prejuízos na PEC, mas o Depen (Departamento Penitenciário do Paraná) estima que o custo será próximo dos R$ 2 milhões, o que pode fazer com o que o prejuízo com reforma de presídios chegue aos R$ 7 milhões nos últimos quatro anos. A unidade teve 80% da estrutura destruída durante o motim que durou 43 horas e terminou com um preso morto, além de 31 feridos: 28 detentos e três agentes penitenciários.

O secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita, informou que R$ 100 mil já foram liberados pelo Fundo Penitenciário Nacional para as obras emergenciais. Segundo ele, essas obras vão permitir que a normalidade seja retomada na unidade. Durante toda a semana, os presos permaneceram sob vigilância policial nos pátios da unidade. Com as obras emergenciais, eles devem voltar às celas nos próximos dias.

O diretor do Depen, Luiz Alberto Cartaxo de Moura, confirmou que as obras já foram iniciadas com participação dos detentos. "Os presos estão todos em três pátios de trabalho. Os cubículos do bloco um 1 estão sendo recuperados e tão logo acabe, iremos reencaminhar os presos para as celas. O local está seguro, senão, não manteríamos ninguém lá", explicou o diretor do Depen, que descartou qualquer possibilidade de transferência de detentos da PEC. "Isso é inegociável."

O histórico de prejuízos em rebeliões começa em outubro de 2014, na própria PEC, que demandou investimentos de R$ 1,9 milhão. No mês seguinte, houve motim na PIG (Penitenciária Industrial de Guarapuava), cuja reforma custou R$ 875 mil, e na Peco (Penitenciária Estadual de Cruzeiro do Oeste), com reparos de R$ 300 mil. Por fim, em outubro de 2015, a PEL 2 (Penitenciária Estadual de Londrina) foi totalmente destruída pelos presos e os prejuízos chegaram aos R$ 2,4 milhões.

Cartaxo comentou que os prejuízos resultantes com rebeliões são elevados e, para evitar que o problema ocorra, o Depen está adotando medidas de prevenção, como o 'contato zero'. "Nossa intenção é que, em pouco tempo, os agentes não tenham qualquer contato com os presos, com abertura e fechamento de portas automatizados. Isso evita que os servidores sejam tomados como reféns, como ocorreu agora em Cascavel", disse. "Além disso, estamos trabalhando em outras melhorias nas unidades. O problema é elas são muito grandes e acabam demandando muitos investimentos."