IEEL foi desocupado no final da tarde e já passou por vistoria
IEEL foi desocupado no final da tarde e já passou por vistoria | Foto: Fotos: Anderson Coelho



Oficiais de Justiça estiveram nesta terça-feira (25) nos seis colégios que receberam decisão de reintegração de posse em favor do governo estadual. A entrega das notificações ocorreram de forma tranquila e foram acompanhadas por representantes do Conselho Tutelar e da Defensoria Pública. Apenas no Colégio Maria José Balzanelo, na zona sul, a desocupação, segundo o Núcleo Regional de Educação (NRE), ficou marcada para quarta (26). De acordo com o NRE, as aulas nestes colégios deverão ser retomadas na quinta (27) e sexta-feira (28).
No Instituto de Educação Estadual de Londrina (IEEL), a diretora Rosicler Bueno conversou com os alunos e vistoriou todo o colégio. "Está tudo em ordem. Não tínhamos dúvidas de que seria assim. Desde o começo eles se mostraram muito conscientes. Garanto que foi um grande aprendizado", comentou.
Além da conservação, os alunos utilizaram um espaço ocioso no prédio para a instalação de uma horta. A estudante F., de 16 anos, contou que recebeu com muita tristeza a notícia da reintegração, mas adiantou que o movimento não deve parar. "Vamos nos organizar de outras formas. O que a gente aprendeu aqui ninguém pode nos tirar."
Também seriam desocupados os colégios Vicente Rijo, Marcelino Champagnat, Hugo Simas e Professora Ubedulha de Oliveira. De acordo com o Núcleo, com as reintegrações de posse e desocupações voluntárias, 33 escolas, sendo 22 em Londrina, continuam ocupadas. A chefe do NRE, Lúcia Cortez, afirmou que as equipes não encontraram problemas nas escolas nem resistência dos alunos. "Não tivemos problema algum. Os estudantes estão saindo e as escolas estão em ordem", afirmou.

No Colégio Albino Feijó Sanches, o primeiro a ser ocupado em Londrina, a rotina começa a voltar ao normal
No Colégio Albino Feijó Sanches, o primeiro a ser ocupado em Londrina, a rotina começa a voltar ao normal



VOLTA À ROTINA
No Colégio Albino Feijó Sanches, na zona sul, o primeiro a ser ocupado em Londrina, no dia 7, e reintegrado no dia 14, a rotina começa a voltar ao normal. As 19 turmas da manhã, de ensino fundamental, já estão recebendo aulas normalmente. Já no período noturno, duas das quatro turmas de ensino médio iniciariam as aulas nesta terça-feira (25). Apenas as 19 turmas do ensino médio da manhã continuam sem aulas, afetadas pela greve dos professores. "Aqui também não tivemos qualquer problema. A ocupação deu muita consciência política para nossos jovens. Esperamos que eles retornem agora motivados para as aulas", disse o diretor Marcos Buche.
O calendário de reposição dos dias sem aulas será discutido pelo Núcleo com as equipes pedagógicas de cada escola. "Cada escola é um caso. Cada uma teve um período diferente de ocupação. Vamos sentar e construir esse calendário escola por escola", afirmou Lúcia. A chefe do Núcleo acredita na saída voluntária dos estudantes que ainda estão ocupando as unidades escolares. "Algumas escolas já estão voltando espontaneamente, como em Lupionópolis. Também estamos conversando com escolas de Ibiporã e amanhã (quarta-feira, 26) haverá reunião com o promotor em Jaguapitã. Acredito que estamos caminhando para o bom-senso e nossas escolas vão voltar ao normal", disse.
Segundo Lúcia, a Procuradoria-Geral do Estado do Paraná já ingressou com pedido de reintegração de posse de todas as escolas ocupadas. Em média, as escolas estão ocupadas há mais de duas semanas.
Na tarde desta terça (25), a PGE reforçou o apelo à Justiça pedindo a imediata reintegração e desocupação das escolas do Paraná e ressaltou ainda que pais, professores, diretores e até mesmo conselheiros tutelares poderão ser responsabilizados pelo movimento.
Entre os locais já desocupados está a Escola Estadual Santa Felicidade, em Curitiba, onde um adolescente de 16 anos foi morto na tarde de segunda. Em nota, a OAB informou que acompanha com preocupação o movimento estudantil e tenta "mediar solução para o conflito por meio das Comissões de Direitos Humanos e da Criança e do Adolescente". (Colaboraram C.F. e V.C.)