Londrina – Operando desde o dia 9, a Unidade de Pronto Atendimento instalada na Avenida Arthur Thomas deve funcionar por mais uma semana com equipe médica incompleta, de acordo com o secretário municipal de Saúde, Francisco Eugênio de Souza. "Eles estão participando das últimas fases do processo de contratação e em uma semana já estarão trabalhando", garantiu. Ontem, as recepcionistas informavam aos pacientes que chegavam ao local que o tempo para atendimento seria de duas horas e meia.
Conforme a coordenadora médica da UPA, Andressa Grossi, a unidade tem apenas três médicos no período diurno e dois no noturno. "Pelo nosso planejamento, teremos quatro médicos de dia e três à noite. No total, ainda faltam oito médicos", disse. Hoje, a equipe médica da unidade dispõe de 20 médicos.
O primeiro dia útil da segunda semana apresentou uma evolução em relação à primeira semana, afirma Andressa. "Nos primeiros dias, tivemos problemas de adaptação dos médicos com a estrutura e a demora chegou a até quatro horas", afirmou.
Os problemas poderiam ser ainda maiores se o fluxo de pacientes esperado tivesse se confirmado. "Foi abaixo do esperado", avaliou a coordenadora. No primeiro dia de operação, o secretário afirmou que a expectativa era de 300 atendimentos por dia ou 9 mil por mês. A direção da unidade atribui o baixo movimento ao desconhecimento do perfil da unidade.
A reportagem conversou com os pacientes da sala de espera, que ontem, às 15h30, não passava de um grupo de 40 pessoas. A maioria elogiou as instalações, amplas e confortáveis. No entanto, todos se queixaram do tempo de espera.
"Nem sabia que já estava funcionando. Uma amiga me indicou e agora pretendo vir aqui quando precisar", afirma a doméstica Luzia Aparecida da Silva, de 53 anos, moradora do Jardim João Turquino (zona oeste), que estava aguardando atendimento havia duas horas. "Estou com dores na coluna. Disseram que é o nervo ciático."
O secretário de Saúde disse que até o final do mês ele vai avaliar o movimento e os prontuários para definir uma estratégia de operação. "Se o movimento continuar abaixo do esperado, vamos ter que fazer ações de deslocamentos para a UPA", disse. "Uma estrutura como aquela não pode ficar ociosa", argumentou.
Francisco Eugênio disse que as autoridades de saúde da cidade ainda não sabem qual o impacto o funcionamento da UPA causou no sistema. A FOLHA percorreu dois locais para tentar entender como seria a migração das outras unidades. Porém, no pronto-socorro do Hospital da Zona Norte o movimento também estava abaixo do normal e o tempo de espera girava em torno de duas horas.
No Pronto Atendimento Municipal (PAM), na área central, no entanto, o movimento era intenso. Não havia sequer cadeiras suficientes para abrigar tanta gente na sala de espera. Muita gente se aglomerava na área externa. Era o caso do auxiliar de produção Edvaldo Dias, de 37 anos, que, no fim da tarde, calculava quantas horas já estava no local. "São quase 9 horas de espera", disse ele, que ainda aguardava a consulta após fazer um raio-X nos pulmões. "Suspeito que estou com pneumonia", disse.