A família de Ivanice Carvalho, 36, paranaense morta na madrugada de quarta-feira (15) pela polícia, em Portugal, confirmou nesta sexta-feira (17) que as despesas do traslado do corpo serão arcadas pelos donos do café em que ela trabalhava havia 17 anos, no aeroporto de Lisboa. Sem recursos, a família chegou a cobrar que o governo português se responsabilizasse pelas despesas do transporte da Europa até Amaporã (Noroeste), cidade de 6 mil habitantes, onde ocorrerá o sepultamento.

A mãe de Ivanice, Maria Luzia da Silva Carvalho da Costa, 59, foi informada que o trâmite é burocrático e que o corpo da filha só deve chegar ao Brasil em, no mínimo, cinco dias. "É uma angústia grande. No momento, a única coisa que quero é que o corpo dela chegue logo", comentou. A tragédia aconteceu por volta das 3h35 da manhã de quarta (15), quando Ivanice seguia de carro para o aeroporto de Lisboa, onde trabalhava. Ela ia de carona com o seu companheiro em um carro que foi confundido com um veículo que fugia da polícia.

Ainda na quinta-feira (16) O Ministério Público português instaurou inquérito para investigar as circunstâncias da morte da brasileira. O Ministério da Administração Interna também abriu investigações e seis dos sete policiais envolvidos foram denunciados e serão investigados.

De acordo com a polícia portuguesa, o companheiro da paranaense foi detido por condução sem habilitação legal, por desobediência ao sinal de paragem e por condução perigosa. Ivanice foi socorrida no local mas acabou morrendo. O jornal português Expresso noticiou que os agentes da polícia teriam disparado de frente para o carro. Essa informação pode fazer diferença na avaliação sobre um eventual uso abusivo da força por parte dos policiais. (Com Agência Brasil)