A presidente Dilma Rousseff anunciou, nesta quarta-feira (18), que o governo tornará a desoneração da folha de pagamento uma política permanente de redução do custo do trabalho, e que a área econômica ainda está analisando a meta do superávit primário que será adotada em 2014.

Dilma afirmou que por conta do ambiente de crise financeira internacional, o Brasil adotou uma política econômica anticíclica e medidas de estímulo, que devem ser retiradas em sua maioria, exceto a desoneração da folha de pagamentos. "Diante da crise, os governos são levados a fazer coisas que não fazem em temos normais, e uma política anticíclica foi praticada no Brasil", disse.

"Tem uma parte dela que vai ser permanente. Por exemplo, será permanente a desoneração da tributação sobre a folha de pagamento", disse na manhã desta quarta-feira no Palácio do Planalto. Contudo, ela indicou que as demais desonerações ou mesmo a política anticíclica podem ser desativadas em breve.

"Nós não temos nenhuma predileção de fazer política anticíclica, eu até discordo. Quanto mais cedo nós sairmos disso melhor para o país... eu acredito que hoje muitas das desonerações feitas pontuais no passado não são necessárias, portanto não vão ser feitas", disse.

Questionada sobre a situação fiscal do país, a presidente não comentou a chamada contabilidade criativa e argumentou que entre as 20 economias mais importantes do mundo, o Brasil é um dos seis países que têm superávit fiscal e continuará tendo.

No entanto, Dilma disse que a meta fiscal, assim como outras metas do governo, ainda está sendo avaliada e que no momento o Executivo está fazendo um balanço dos indicadores econômicos deste ano. "É muito importante que Brasil faça o superávit", disse. "Nós vamos fazer uma avaliação, todo um processo de discussão, para decidir quais serão as metas de 2014", afirmou.

A presidente também disse que o Brasil está preparado para enfrentar a turbulência cambial que deve ocorrer quando os Estados Unidos retirarem parte do estímulo monetário. "Nós queremos dizer que o Brasil está preparado, porque hoje nossa dívida líquida sobre PIB é uma das menores do mundo, isso permite que nós tenhamos um fôlego para sair de forma sustentável desse processo, porque a gente tem inflação sob controle e temos nossas reservas e temos um Banco Central capaz de operar para fazer essa transição mais suave possível", disse. "Estamos preparados para a tormenta", acrescentou.