Londrina – O presidente da Companhia de Trânsito e Urbanização de Londrina (CMTU), Carlos Geirinhas, anunciou ontem o novo contrato do serviço de coleta seletiva na cidade. O documento apresenta mudanças significativas como redução de itens a serem subsidiados pelo município e forma de pagamento. Este será repassado por quantidade de lixo recolhido e comercializado e não mais em um valor global. As demandas administrativas como aluguel, água e luz, além do transbordo, não serão mais subsidiadas. O objetivo, segundo a Companhia, é que as cooperativas de recicladores se tornem autossuficientes.
"O contrato foi muito planejado e feito com base em estudos e levantamentos de serviços prestados em outras cidades do mesmo porte. Caxias do Sul (RS), por exemplo, coleta cerca de 90 toneladas por dia e a prefeitura não paga um centavo. Temos o lixo mais caro do mundo em Londrina", declarou Geirinhas. Segundo ele, são coletadas cerca de 20 toneladas ao dia atualmente em Londrina. O município repassou cerca de R$ 600 mil ao mês, em 2013, para o serviço.
A medida, de acordo com Geirinhas, irá estimular que as cooperativas aumentem a quantidade a ser recolhida, bem como a qualidade do rejeito. "Hoje, apenas 4% do lixo está sendo reciclado em Londrina. Nosso objetivo é aumentar para 30% para que grande parte não acabe indevidamente na Central de Tratamento de Resíduos (CTR). Muita coisa que vai para lá poderia ser reciclada", completou, ressaltando que a meta é chegar ao volume de 120 toneladas de lixo reciclável coletadas ao dia. O contrato em questão, inicialmente, contempla cinco cooperativas aptas a realizarem o serviço: duas de 2013 – Cooperregião e Cooperoeste - outras três novas – Cooperrefum, Coocepeve e Coopermudança. Os domicílios a serem atendidos foram distribuídos conforme o número de coletores e, as regiões, de acordo com o localização em que já atuam. No total, são 211 mil residências no município e distritos. Com todas essas mudanças, a estimativa é que o valor gasto com o serviço não ultrapasse os R$ 300 mil no primeiro mês.
A nova proposta, entretanto, não agradou as duas cooperativas que prestam o serviço atualmente. Presidente da Cooperregião, Zaqueo Vieira diz que vai analisar as condições do contrato. "Precisamos ver se as mudanças não vão inviabilizar nosso trabalho. Para isso, temos de ver se o valor repassado vai cobrir as despesas." A presidente da Coocepeve, Sandra Araújo, comemorou o fato de retornar ao rol das cooperativas. "Só precisamos ter a certeza que vamos ter o material suficiente para recolher e o barracão para trabalhar." As entidades têm até hoje para se posicionar sobre os contratos.