Londrina - A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) promoveu ontem a desocupação do ecoponto do Jardim Bandeirantes (zona oeste de Londrina), que estava funcionando irregularmente. Agentes da Companhia e uma equipe da Secretaria de Assistência Social estiveram no local, onde um grupo estava morando em barracos improvisados. Apesar do ecoponto estar fechado há dois meses, carroceiros continuavam despejando entulhos e galhos. Até um portão foi comprado e instalado por eles para controlar a entrada das pessoas, mediante a cobrança de uma taxa.
"Sempre ficava um de nós aqui, tomando conta para o pessoal não jogar lixo doméstico nem pneus. Cada um deu um pouquinho e compramos o portão também. Tem gente que aceitava dinheiro para deixar as pessoas entrarem, mas eu nunca peguei. Os ecopontos são importantes para os carroceiros", afirmou Antônio Leite de Freitas, que tem uma pequena caminhonete para recolher rejeitos.
O diretor de Operações da CMTU, Gilmar Domingues, explicou que a Companhia havia recebido denúncias de que carroceiros estavam cobrando para que as pessoas fizessem despejo no local. "Estivemos lá e vimos que era mais grave, já que havia pessoas morando no ecoponto. Desmontamos os barracos e vamos promover a limpeza do local, que continuará fechado", explicou.
Enquanto dois tratores faziam a limpeza, um reciclador de madeira recolhia os materiais. "Somos em oito caminhões e percorremos diariamente os ecopontos e fundos de vale recolhendo madeira, que levamos para reciclagem. Os ecopontos, mesmo dito fechados, continuam funcionando. As pessoas continuam levando material para lá. Se fechar, Londrina vai virar um caos, as pessoas vão voltar a jogar nos fundos de vale e nas 'datas' vazias. Sou a favor de ficar alguém controlando a entrada, porque impede que joguem lixo doméstico e pneus. Aqui sempre aparece alguém querendo jogar bicho morto, por exemplo", explicou Wellington Aparecido da Silva. Ainda segundo ele, os recicladores estão conversando com a CMTU para formarem uma associação, o que foi confirmado por Pereira.
"Estamos chamando esse pessoal para conversar e formar uma cooperativa para reaproveitar a madeira", destacou.
Pereira afirmou também que a CMTU vai retomar o espaço, fazendo rondas mais ostensivas para evitar o despejo irregular. "Hoje somente três ecopontos têm autorização ambiental para funcionar. Contamos também com a denúncia dos moradores para evitarmos o descarte inadequado." Segundo ele, suposta cobrança para despejo nos outros ecopontos também está sendo investigada.
Atendimento social
Enquanto as máquinas faziam a limpeza do local, três adultos reviravam o local em busca de pertences. Télcia Lamônica Oliveira, secretária de Ação Social, explicou que uma equipe já havia estado no local na terça-feira e feito um primeiro contato. "Fomos lá hoje (ontem) novamente, tentando convencê-los a aceitar atendimento. São todos maiores de idade, usuários de drogas e moram no entorno. Um deles nos forneceu um endereço, ele estava em uma instituição de drogadição até pouco tempo, por isso vamos falar com o Caps (Centro de Atenção Psicossocial).

Serviço:
Os ecopontos em funcionamento são na Rua Francisco Merlos, Jardim Primavera (zona norte), na Rua Ozéas Furtoso, Jardim Santa Rita 5 (zona oeste) e na Rua Capitão João Bussi, Jardim Nova Conquista (zona leste)