Curitiba - Os conselhos universitários da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) decidiram ontem, em reuniões realizadas nos campi da capital, aprovar a suspensão dos calendários letivos durante a greve dos professores, que já passa de um mês. Isto significa que o calendário do primeiro semestre deste ano não poderá ser concluído, o que vai comprometer as férias dos estudantes. O calendário de reposição será discutido ao fim da paralisação, assim como a data para o início do segundo semestre.
''Laboratórios e outros setores da instituição estão parados, então não tem como os alunos desenvolverem o conteúdo acadêmico que estava previsto'', destacou Luiz Allan Kunzle, presidente da Associação dos Professores da UFPR (APUFPR).
Conforme o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da UFPR, outras atividades do calendário acadêmico não foram modificadas. Com isso, atividades como o Festival de Inverno, a Feira de Profissões e as comemorações do centenário da universidade não serão desmarcadas.
''Nós respeitamos o direito à greve dos docentes, mas também temos que preservar os alunos para que não tenham tantos prejuízos'', disse o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho. Ele ainda adiantou que se reuniu com o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, na segunda e terça-feira em Ouro Preto (MG), juntamente com outros reitores das instituições federais, para discutir a greve dos professores. ''Acredito que nos próximos 15 dias o Ministério deva apresentar uma proposta convincente aos sindicatos da categoria para que a paralisação possa ser encerrada. Estamos observando atentamente as negociações'', ressaltou.
Durante a decisão do conselho universitário da UTFPR, professores e técnicos-administrativos promoveram uma mobilização no Centro de Curitiba, nas proximidades do campus da instituição. De acordo com a professora Silvana Heidemann Rocha, representante do Comando Local de Greve, o principal objetivo do pedido para a suspensão ''é garantir proteção aos estudantes que aderiram à greve para que não sofram represálias ou reprovações e para que possam contar com a reposição das aulas dadas pelos docentes não grevistas''.
Assim como na UFPR, a assessoria da instituição confirmou que somente após a reposição dos dias parados por causa da greve é que o início do segundo semestre letivo será decidido. Além disso, alguns casos serão tratados com excepcionalidade, como o dos professores que não aderiram à greve e poderão continuar as atividades - tendo em vista a proximidade do final do semestre letivo. O conselho ainda não chegou a uma decisão se eventuais faltas ou provas perdidas por alunos serão computadas.
''Vamos ficar atentos e verificar cada caso, sempre pensando nos alunos, para que não ocorram prejuízos. E temos que esperar o fim da mobilização para definirmos como seguirão as aulas no restante do ano'', disse o reitor da UTFPR, Carlos Eduardo Canterelli.