Imagem ilustrativa da imagem Cai número de acidentes com ciclistas
| Foto: Anderson Coelho
"Muita gente não consegue usar a bicicleta por medo do trânsito", opina a administradora de empresas Magda Heloisa Rosa
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Mais de 2,5 mil acidentes envolvendo ciclistas em todo o Paraná fizeram parte das estatísticas do Corpo de Bombeiros entre janeiro e junho deste ano. No primeiro semestre, foram registradas 2.599 ocorrências, sendo 1.326 relacionadas a quedas sofridas pelos ciclistas e 878 colisões entre carros e bicicletas. No mesmo período de 2015, o Corpo de Bombeiros registrou 2.754 ocorrências, sendo 1.314 quedas sofridas pelos ciclistas e 1.042 acidentes entre carros e bicicletas.
"Isso se deve às campanhas de conscientização feitas para os motoristas, motociclistas e ciclistas, em parceria com outros órgãos. Aqui em Londrina, as ações são realizadas em parceria com a CMTU e a Ciatran", ressaltou o chefe da Ciretran de Londrina, Antenor Ribeiro.
Mesmo com a queda de, aproximadamente, 6% no número de ocorrências registradas pelo Corpo de Bombeiros, a quantidade de mortes aumentou de 18 para 20. Há 10 anos, a administradora de empresas Magda Heloisa Rosa utiliza a bicicleta para praticar atividade física. Segundo ela, é preciso permanecer em alerta até mesmo nas ciclovias. "Já aconteceu de carros passarem por cima da pista, mas eu não cheguei a cair", contou. Com capacete, luvas e outros itens de segurança, ela destacou que muitos amigos já se acidentaram. "Nunca perdi amigos em acidente, mas acho que muita gente não consegue usar a bicicleta por medo do trânsito", afirmou.
O operador de guincho Lucas Ribeiro Tostes divide o espaço com os motoristas todos os dias para ir da Vila Casoni, na área central de Londrina, até o canteiro de obras na Gleba Palhano, na região sul. "Uso a bicicleta há 20 anos para ir e voltar do trabalho. Uma vez enrosquei a bicicleta na traseira de um carro, mas foi erro meu. O motorista do carro nem viu e foi embora. Acabei machucando a minha mão", explicou.
Andar de bicicleta nas primeiras horas da manhã ou no final da tarde, segundo ele, exige certa habilidade. "A gente acaba andando muito perto dos ônibus, uns 20 centímetros de distância, e vai beirando o meio-fio. É importante andar sempre na mesma mão dos carros", apontou.
O coordenador de Educação de Trânsito da CMTU, Carlos Eduardo Ribeiro, reforçou a dica e lembrou outros itens necessários para que motoristas e ciclistas possam convivem em paz. "A primeira dica é estar sempre visível. O ciclista deve andar na rua e nunca na calçada; sempre na ciclovia ou na ciclofaixa, quando houver; e utilizar roupas claras", destacou. O uso do capacete é recomendado. Fitas refletivas, luzes de LED e olho de gato para bicicletas ajudam motoristas e pedestres a perceber a aproximação dos ciclistas.
Ribeiro também aconselhou os ciclistas a evitar vias muito movimentadas e a procurar caminhos alternativos. "Não importa o modal que a gente utiliza: ônibus, bicicleta, carro... O respeito e a educação têm que existir sempre. É essa mescla de meios que vai resolver o nosso problema. Não é um carro ou uma bicicleta, é uma pessoa que está ali, é uma vida que está ali e pode ser alguém da nossa família", alertou.