Londrina - O Corpo de Bombeiros vai emprestar duas macas para o Hospital Universitário (HU) para tentar impedir a retenção de equipamentos e a consequente paralisação de ambulâncias. A decisão foi tomada ontem em reunião entre representantes das duas instituições. Anteontem, uma ambulância ficou parada no HU por cerca de duas horas aguardando a liberação do equipamento.
A diretora-clínica do Hospital Universitário, Denise Mashima, afirmou que a retenção de macas acontece devido à superlotação. O pronto-socorro (PS) tem capacidade para atender 48 pessoas e no final da tarde de ontem estava com 90. Nove pacientes estavam entubados aguardando uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que estava com os 17 leitos ocupados. Para atender a demanda, a instituição conta com 180 macas, das quais aproximadamente 75 ficam no PS.
''Não temos equipamentos em quantidade suficiente para atender essa demanda. Ninguém deixa a maca retida porque quer'', argumentou Demise. A orientação, segundo ela, é evitar a retenção de macas, o que nem sempre é possível. ''Pedi para a minha equipe ter bom senso. Se chegar um paciente e não tiver maca para acomodá-lo vamos utilizar o equipamento da ambulância. O que podemos fazer? Mesmo informando que o HU não tem condições de receber mais pacientes, eles continuam trazendo para cá. Temos que atender essas pessoas'', enfatizou Denise.
Na opinião dela, os socorristas devem garantir atendimento aos pacientes e não apenas deixá-los no hospital, como muitas vezes acontece. Já o tenente Rodrigo da Costa, do Corpo de Bombeiros, disse que entende o problema da superlotação, mas que a retenção de macas prejudica o atendimento da corporação, que conta com quatro ambulâncias para atender as ocorrências da cidade.
''Em março, enviamos um protocolo ao Hospital Universitário solicitando que as macas não entrem na instituição. Como sabemos da dificuldade enfrentada, disponibilizamos dois equipamentos'', acrescentou o tenente Rodrigo Nakamura.
Além dos carros do Siate, a cidade conta com seis ambulâncias do Samu, sendo duas avançadas e quatro básicas. O gerente do Samu Elândio Cléber Câmara disse que a retenção de macas acontece diariamente e não é um problema restrito ao HU.