Doze pessoas ficaram feridas, ontem, depois que uma bomba de fabricação caseira explodiu sobre o telhado de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus, em Senador Camará, na zona oeste do Rio. Pelo menos 400 fiéis assistiam ao culto. Pastores da igreja acusam um vizinho de ter praticado o atentado. O suspeito já havia feito queixas do barulho provocado pela pregação dos pastores e chegara a chamar a polícia.
O artefato - conhecido como malvina - era formado por material explosivo e um pavio, envoltos em fita isolante. A bomba foi jogada sobre o telhado às 8h40. Pedaços de telhas caíram sobre fiéis, que tiveram pequenos cortes. O barulho assustou as pessoas que participavam do culto. De acordo com o pastor Márcio Rodrigues de Souza, de 22 anos, os fiéis ficaram desorientados, sem saber de onde tinha partido a explosão.
Os feridos foram socorridos por ‘‘obreiros’’ - espécie de encarregados da igreja - e levados para o Hospital Albert Schweitzer, em Realengo. Eles receberam curativos, suturas e foram liberados em seguida. A polícia foi chamada uma hora depois de a bomba ter explodido. Nesse período, os feridos foram removidos do templo e os ‘‘obreiros’’ limparam o salão. Quando a Polícia Militar chegou, o culto já havia recomeçado.
‘‘Isso vai dificultar as investigações, pode ser que a perícia tenha dificuldade de informar a rota traçada pelo artefato, de onde ele foi lançado’’, afirmou a delegada plantonista da 34.ª Delegacia de Polícia (Bangu), Silvana Vilhena Braga. A delegada confirmou que os pastores contaram ter sofrido ameaças de vizinhos nos últimos tempos. Silvana, no entanto, se recusou a ‘‘entrar no mérito’’ das ameaças. ‘‘Essa ocorrência é diferente de tudo o que tem ocorrido aqui’’, afirmou.
A Igreja Universal do Reino de Deus se mobilizou para abafar o caso. Advogados foram enviados para a delegacia, fiéis e pastores foram proibidos de dar entrevistas e fotógrafos e cinegrafistas não puderam entrar no templo para registrar o local onde a bomba explodiu.