Doze pacientes foram diagnosticados com bactérias multirresistentes no Hospital Evangélico de Londrina (HEL) na última semana. Na segunda-feira (13), o hospital suspendeu os atendimentos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI), ambas neonatais. Os pacientes que precisaram de atendimentos tiveram de ser encaminhados para outros centros de referência na região. As duas unidades especializadas só foram reabertas no sábado (18).
Segundo nota encaminhada pela assessoria de imprensa, o hospital estava com oito gestantes com risco de parto prematuro e a UTI, que tem capacidade de 10 leitos, já estava com 14 pacientes internados. A UCI, que tem 12 leitos, abrigava 17 pacientes no momento em que a direção do hospital determinou a suspensão dos atendimentos. De acordo com o Hospital Evangélico, o motivo do fechamento foi a "superlotação crítica que não garantia condições seguras para o atendimento e recebimento de recém-nascidos". De acordo com o diretor técnico do Hospital Evangélico de Londrina, Ivan Pozzi, as bactérias são preocupantes, mas ele aponta a superlotação como um problema maior. "As bactérias estão entre nós, os prestadores de serviços de saúde. Já aprendemos a lidar com elas tomando medidas de precaução. O hospital está focado em qualidade e segurança e esses valores para nós são inegociáveis, mesmo dentro desse sistema complexo que é um hospital terciário, como o Evangélico", disse.
Pozzi expôs que o hospital trabalha no limite e, às vezes, "extrapola mais do que o limite já extrapolado". "É do conhecimento de todos a situação da realidade do sistema hospitalar, principalmente dos hospitais terciários e filantrópicos, que recebem pacientes do sistema público. Não houve crescimento de ofertas, de serviços, de leitos. E a demanda cada vez mais aumenta mais", argumentou.
A coordenadora do Programa Mãe Paranaense, Débora Bilovus, disse que desde 2012 o governo estadual tem fortalecido a rede materna infantil no Estado. Segundo ela, o Ministério da Saúde preconiza dois leitos de UTI para cada mil nascidos vivos. "Em 2016, tivemos 127 mil nascidos vivos no Estado, o que demandaria o mínimo de 254 leitos de UTI Neonatal. Atualmente, a rede dispõe de 397 leitos", informou.