Londrina – A Secretaria de Estado da Administração e da Previdência (Seap) emitiu um comunicado na tarde de ontem que mantém a jornada diferenciada de trabalho dos servidores das universidades estaduais até o final de agosto. A decisão atende a reivindicação dos servidores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que já haviam aprovado uma greve por tempo indeterminado a partir de hoje.
De acordo com o Plano de Cargos, Carreiras e Salários aprovado pelo governador Beto Richa, 806 servidores de 12 profissões da UEL, como jornalistas, assistentes sociais, profissionais de enfermagem, telefonistas, técnicos radiologistas, entre outros, que atuam no Hospital Universitário (HU), Hospital de Clínicas (HC) e no campus, teriam que exercer jornadas de 40 horas semanais. A nova regulamentação deveria ter sido iniciada no último dia 29.
Diante dessa nova definição do governo, os profissionais vão continuar exercendo a mesma carga horária até a conclusão dos trabalhos da Comissão de Estudos formada para analisar a mudança. A comissão foi instituída no dia 16 de abril e tem representantes dos servidores, das universidades e das secretarias de Ciência e Tecnologia, Administração e Previdência e de Governo e um prazo de 90 dias para finalizar os trabalhos.
"O governo decidiu adiar a mudança de jornada já que a maioria dos servidores trabalha em unidades de saúde e uma paralisação da categoria prejudicaria a população", explicou a reitora da UEL, Nádina Moreno. "Este era o posicionamento que queríamos do governo e acredito que agora os servidores vão deliberar para o encerramento da greve", apontou o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Técnicos Administrativos da UEL (Assuel), Marcelo Alves Seabra.
Na manhã de ontem, os servidores da UEL haviam decidido em assembleias no HU e no campus iniciarem uma greve por tempo indeterminado.
"O secretário de Ciência e Tecnologia, Alípio Leal Neto, havia prometido a elaboração de um documento que suspenderia a carga horária de 40 horas até a conclusão dos estudos da comissão. Como o documento não foi feito, não nos restou outra alternativa a não ser iniciar a greve", chegou a afirmar o presidente da Assuel, logo após o término da assembleia. "Esperamos que a comissão acate a reivindicação dos servidores, que é o respeito às cargas horárias destas profissões que são regulamentadas por legislação federal", frisou Seabra.
Os servidores da UEL voltam a realizar assembleias na manhã de hoje para deliberarem sobre o encerramento da greve. Uma paralisação poderia agravar ainda mais o atendimento no HU. Ontem a tarde o pronto-socorro (PS) tinha 80 pacientes internados e três aguardavam vagas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A capacidade do PS é para 48 pacientes.