Operação Luz na Infância é considerada pelo Ministério da Justiça como a maior ação de combate à pedofilia já realizada na América Latina
Operação Luz na Infância é considerada pelo Ministério da Justiça como a maior ação de combate à pedofilia já realizada na América Latina | Foto: Marcell Roncon/Futura Press/Estadão Conteúdo



Rio - Uma operação do Ministério da Justiça e Segurança Pública deflagrada nesta sexta-feira (20) prendeu um total de 108 pessoas suspeitas de disseminar conteúdo de pornografia infantil e pedofilia na internet. As prisões ocorreram no Paraná e em outros 23 Estados e no Distrito Federal. Dois Estados - Amapá e Piauí - não participaram porque não conseguiram concluir as investigações em tempo hábil, mas devem fazê-lo nas próximas semanas. Foram expedidos 178 mandados de busca e apreensão, que resultaram em 97 prisões em flagrante. A operação seguia em andamento na noite desta sexta, por isso o número de prisões poderia aumentar.

No Paraná, a operação integrada Luz na Infância ocorreu em Curitiba, Maringá e Londrina para cumprir nove mandados de busca e apreensão. Destes, seis pessoas foram presas em flagrante, sendo cinco prisões em Curitiba e uma Maringá, onde foi detido um homem de 29 anos.

Já em Londrina um mandado de busca e apreensão foi cumprido, o que resultou no recolhimento de diversos materiais que serão encaminhados para análise. Outros equipamentos tecnológicos foram apreendidos com os suspeitos presos em Curitiba e Maringá, material que também será encaminhado para o Instituto de Criminalística.

No território paranaense, a operação Luz na Infância foi coordenada pelo Nuciber (Núcleo de Combate ao Cibercrimes) e pelo Nucria (Núcleo de Proteção a Criança e Adolescente Vítimas de Crime), com o apoio da Agência de inteligência da Polícia Civil, e contou com a participação de mais de 40 policiais destas unidades e dos Nucrias de Londrina e Maringá, do Tigre (Grupo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial), do Cope (Centro de Operações Policiais Especiais), além da Denarc (Divisão Estadual de Narcóticos).

São Paulo teve o maior número de mandados expedidos, 40, dos quais ao menos 25 foram cumpridos. No total, foram identificados mais de 151 mil arquivos com conteúdo de pedofilia - cenas de sexo explícito com a participação de crianças - que eram compartilhados entre os suspeitos.

A lei diz que apenas armazenar esse tipo de material já configura crime. Os suspeitos tanto armazenavam quanto compartilhavam esse material. Em alguns casos, também o produziam. "O próximo passo da investigação é ver qual era a relação entre eles, que tipo de conexão e colaboração havia", disse o ministro da Justiça, Torquato Jardim, em entrevista.

COLABORAÇÃO
A operação foi descrita pelo Ministério da Justiça como a maior que já houve no Brasil e na América Latina. A investigação durou seis meses. Até então, a maior no Brasil havia sido a operação Carrossel 2, deflagrada em 2008, que resultou no cumprimento de 113 mandados de busca e apreensão em 17 Estados.

A operação desta sexta, intitulada Luz na Infância, foi coordenada pela Diretoria de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública e teve a colaboração de autoridades americanas e europeias, que contribuíram compartilhando software e arquivos.

As informações obtidas foram, então, passadas para as polícias civis de todos os Estados do País, que instauraram inquéritos e pediram à Justiça autorização para executar os mandados de busca e apreensão que vieram à tona nesta sexta-feira.